Atividades domiciliares: aprendizado e cuidado ou adoecimento?


As atividades domiciliares, chamadas de aulas programadas durante a pandemia, jamais substituirão o fazer pedagógico com interação presencial.

Mas, neste período excepcional, se utilizadas de forma equilibrada e criativa, considerando as múltiplas realidades de acesso e condições socioeconômicas, as atividades podem contribuir para a aprendizagem e a superação deste tempo temeroso.

No entanto, a Seduc e as CRES precisam assegurar recursos técnicos e financeiros mínimos para a realização do trabalho.

Há educadores(as) sem dinheiro para comer tirando do próprio bolso para arcar com dados móveis. A carga horária por vezes supera a do período presencial. A formação continuada tem sido um vetor de crise e ansiedade.

É inadmissível que, em um momento que pede tranquilidade, segurança e boa saúde, as atividades docentes gerem tanto estresse, aflição e sobrecarga para educadores(as) e estudantes.

Diante disso, o CPERS recomenda:

1. Não trabalhe fora do seu horário normal;

2. Não responda pais ou alunos fora do seu horário normal;

3. Não faça os cursos de formação continuada fora do seu horário normal;

4. As direções devem comunicar claramente à comunidade escolar os horários disponíveis para o atendimento aos alunos e a realização de aulas programadas;

5. Quaisquer dificuldades na realização das aulas programadas ou do curso devem ser registradas e comunicadas à direção das escolas e às CREs;

6. Não peça fotos dos alunos estudando ou fazendo trabalhos, nem faça prints de webconferências. Expor imagem de menores é uma violação do ECA;

7. As CREs e direções devem respeitar as múltiplas realidades e limitações de cada escola, educador(as) e estudante.

Por fim, reafirmamos nossa luta por uma educação pública, laica e de qualidade para todos e todas.

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