Santa Cruz do Sul resiste! Escolas lançam carta em defesa da vida e contra o retorno às aulas presenciais


Direções da região de abrangência do 18° Núcleo do CPERS, Santa Cruz do Sul, lançaram nesta sexta-feira (2) uma carta conjunta para alertar a comunidade sobre a situação dramática das escolas e manifestar contrariedade ao retorno presencial.

O documento, assinado por 19 instituições, elenca 15 pontos que preocupam as comunidades, incluindo a falta de equipamentos de proteção, a ausência de materiais e recursos humanos para a limpeza, o atraso nos repasses financeiros e a falta de clareza por parte da mantenedora a respeito dos protocolos.

O ofício também exige que cada escola passe por análise e laudo técnico realizados por autoridades sanitárias competentes, ressaltando que as direções e equipes pedagógicas não podem se responsabilizar pela segurança das instituições.

Dionísio Júlio Beskow, diretor da EEEF Bruno Agnes, explica:

“As escolas não vão conseguir higienizar os espaços, os objetos, assim como determina o protocolo sanitário. Então nós queremos a presença da vigilância sanitária, auxiliando, orientando os gestores. Para trazer um conhecimento mais técnico e com mais segurança pra gente receber aqueles alunos que eventualmente vão voltar. E os professores também, porque nós temos que primeiro preservar as vidas”.

O diretor também ressalta que a maioria dos pais da região já manifestou que não vão mandar os filhos de volta enquanto não houver vacina. 

“O diagnóstico que nós temos na rede estadual aqui em Santa Cruz é que é muito pouco aluno que volta. Não chega a 20%, e aí você coloca toda uma estrutura, uma infraestrutura para receber poucos alunos. É muito dinheiro e ainda por cima mal gasto”.

Leia a íntegra da carta: 

>> Mobilize-se para a Assembleia Geral Extraordinária do CPERS

A resistência vem do chão da escola

Secretário do 18° Núcleo, Elbe Rafael Belardinelli, destaca que a iniciativa do movimento partiu de uma demanda das direções, que se reuniram mediadas pelo Sindicato, escreveram a carta e encaminharam a formação de um fórum local.

“O fórum é formado por inúmeras entidades, sindicatos, conselho da saúde e vereadores. A ideia é a partir desse espaço construir a resistência nos bairros e dialogar com a comunidade, presisonando também no Ministério Público, a Prefeitura e aos órgãos do Estado que são responsáveis pela abertura das escolas. A nossa intenção é não abrir no dia 13”.

Valendo-se da autonomia escolar da gestão democrática, um número crescente de escolas tem construído mecanismos de resistência ao autoritarismo do governo Leite (PSDB).

Nesta sexta-feira, mais de 60 direções de escola da capital convocaram uma coletiva de imprensa no saguão do CE Julio de Castilhos para denunciar a impossibilidade de voltar.

Na quinta, a escola Candido Godói, presente no ato, enviou um ofício às autoridades comunicando a decisão de não retomar as atividades presenciais

No núcleo de Rio Grande, 31 direções acordaram em não assinar o Termo de Conformidade Sanitária exigido pelo Estado.

Em São Leopoldo, corre nas redes da categoria publicação informando a decisão de não voltar do conselho escolar da escola Caic Madezzati.

Na mesma cidade, pela manhã de quinta, a comunidade do IEE Professor Pedro Schneider realizou um ato e colou cartazes na escola, que também ficará fechada por decisão do Conselho.

O último Conselho Geral do CPERS deliberou por incentivar a resistência no chão da escola a partir dos núcleos do CPERS.

Além da importância da mobilização da comunidade escolar, conclamamos a sociedade a se manifestar em todos os espaços possíveis, pressionando vereadores e prefeitos, eleitos ou candidatos, em defesa da vida.

>> Leia a Carta ao Povo Gaúcho em Defesa da Vida

 

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