Instalado no Dia do Professor, o Acampamento da Resistência segue firma na Praça da Matriz, em Porto Alegre. Conforme deliberado na última Assembleia Geral do CPERS, realizada dia 27 de outubro, a cada semana a organização do local ficará a cargo de alguns dos núcleos do sindicato.
Desde ontem, segunda-feira (21), o 20º (Canoas) 38º/39º (Porto Alegre) e 34º (Guaíba) núcleos são os responsáveis pela rotina do acampamento que inclui os sinetaços que iniciam e fecham as atividades.
Os professores(as) e funcionários(as) de escola trazem uma bagagem própria de luta, histórias e conquistas.
“Entra ano e sai ano e é sempre a mesma coisa, lutando pelos nossos direitos. Cada governo que entra a história se repete, tentam retirar nossos direitos que foram conquistados com tanta luta. Eu tenho esperança que melhore, mas quando não sabemos”, desabafa a merendeira aposentada, Maria Angélica Rodrigues Machado, nesta semana representado o 38º núcleo.
Para o professor de história, Sergio Antônio Kumpfer, 58 anos, representando o núcleo de Guaíba, os educadores estão exercendo o direito e dever profissional em defesa da dignidade da categoria e da escola pública. “Nós temos dever e compromisso com a escola pública de qualidade”, ressalta.
Na opinião do professor, os governos liberais percorrem o mesmo caminho, de entrega do patrimônio, desconstituição e destruição dos serviços públicos. “Eles escolhem sempre os mesmos inimigos, que são os trabalhadores, que na verdade seguram na ponta a execução do serviço público. O governo nem sabe o que acontece na escola pública. Nós que garantimos o mínimo de qualidade que os educandos da escola pública do Rio Grande do Sul ainda tem.”
No magistério desde 1989, ele conta que nunca viu tantos ataques aos educadores como nos dois últimos governos estaduais. “Nunca imaginei que, mesmo com salários tão pequenos, seríamos rotulados pelo governo do estado como tendo privilégios. É uma situação dramática, lamentável, o que nos resta é a luta cidadã, o convencimento e esclarecimento da sociedade, porque nós vamos continuar na rede pública e esse governo vai passar, eles passarão”, conclui Sérgio.
“Esse governo veio com toda força, nos sugando, nos prejudicando e tentando tirar o que lutamos para conquistar. Porque nada vem fácil, tudo foi na luta. E com muito trabalho, com muito estudo, muita persistência. E hoje vemos eles tentarem retirar tudo. É uma tristeza muito grande, fico revoltada”, conta a representante do 39º núcleo no acampamento, Ione Torres de Oliveira, merendeira aposentada.
Ione é sócia há 20 anos do CPERS e relata que participa assiduamente de todos os chamamentos do Sindicato. “E sempre que precisarem pode contar comigo. Eu estou sempre do lado do sindicato. O CPERS somos todos nós”, conclui.
A acampamento seguirá na Praça até o final do ano para lembrar o governador, diariamente, que os educadores gaúchos resistirão fortemente para impedir a retirada de seus direitos históricos.
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