O atraso recorde no pagamento da folha de julho, os projetos de Eduardo Leite para atacar a Previdência estadual e a alardeada revisão dos planos de carreira reforçam as deliberações do Conselho Geral de 5 de julho. É preciso construir a greve em cada escola estadual e região do Rio Grande do Sul.
Quem ainda tem dúvidas a respeito dos projetos do governador para a educação deve ler a Sineta de julho, já disponível em versão digital e, em breve, na caixa postal dos sócios e sócias do CPERS.
Enquanto encena diálogo para as câmeras, Eduardo Leite age para impor uma agenda violenta e privatista. Por trás da máscara, está a radicalização do projeto de Sartori; arrocho salarial, precarização dos serviços e das relações de trabalho, benesses a categorias privilegiadas, ataque brutal a servidores(as) do Executivo, enxugamento, sobrecarga de trabalho nas escolas e mercantilização do ensino.
O governo rompeu a mesa de negociação da pauta salarial e dá sinais claros de que pretende atropelar a categoria, fazendo uso de ampla base na Assembleia (de 37 a 41 deputados entre as 55 cadeiras). Somente uma mobilização extraordinária dos educadores(as) pode colocar este projeto em xeque e obrigar Eduardo Leite a negociar.
Nós vivemos junto com a categoria a situação de miserabilidade, as condições precárias e a desvalorização, a crueldade da demissão de contratados(as) em licença saúde, a falta de quadros e a ausência de um projeto real de valorização de quem trabalha no chão da escola.
Reagimos e denunciamos, procuramos a Justiça, acionamos a imprensa, pressionamos deputados(as), levamos as pautas da categoria inúmeras vezes à Seduc, organizamos mobilizações em todas as frentes para enfrentar os ataques, que se somam às investidas da extrema direita em nível federal. Mas o CPERS não conseguirá, sem o engajamento organizado e comprometido da categoria, reverter os retrocessos em curso.
Há, em todas as regiões, educadores(as) que se encontram prontos para deflagrar de imediato a greve. Mas a indignação não é homogênea entre a categoria e estes não representam, ainda, a massa crítica necessária para uma resistência à altura do desafio histórico. Precisamos alcançar outro patamar de mobilização e isso não se dará de forma automática.
Será necessário dialogar intensamente com a base e sensibilizar colegas, alunos e pais em todo o estado para construir as condições para uma greve maciça e vitoriosa. Para a direção central do CPERS, esta construção deve se dar com a adesão crescente a um calendário progressivo de mobilizações. Delineamos, abaixo as orientações nesse sentido:
1) Discussão da Sineta nas escolas no retorno do recesso;
2) Levantamento das demandas das escolas neste mês de agosto (preenchimento de formulário físico ou virtual fornecido pelo CPERS);
3) Eleição de representantes de escola no maior número possível de instituições, ação a ser potencializada por materiais fornecidos pelo Sindicato (Depto. de Organização Estatutária e Depto. de Comunicação);
4) Grande demonstração de força e indignação da categoria no ato do dia 13 de agosto, em Porto Alegre e nas regiões que organizarem atos;
5) Participação qualificada no X Congresso do CPERS e nas plenárias regionais para eleição de delegados;
6) Realização de uma grande assembleia no mês de setembro.
O processo do Congresso do CPERS, que irá ocorrer nos dias 6, 7 e 8 de setembro reunindo 1800 delegados, antecedido por assembleias regionais em todos os núcleos, potencializará a mobilização da categoria e permitirá tomadas de decisão maduras na Assembleia Geral, com indicativo do Conselho Geral para ocorrer após o Congresso.
A depender das medidas do governo, a Assembleia Geral, e a própria greve, podem ser antecipadas para um período que não se coloca como ideal. Por isso devemos permanecer em alerta, mobilizados e unidos.
Vamos juntos enfrentar esse período nefasto da história do país e do nosso estado. A força do CPERS está nos seus mais de 80 mil sócios(as), na nossa história e na nossa luta incansável em defesa da educação. O CPERS somos todos nós.