#VacinaJá: CPERS exige calendário de vacinação e mesa para discutir reposição salarial


Vacina, educação e salário digno. A bandeiras douradas do CPERS voltaram a tremular na capital para lutar em defesa da vida e contra o descaso e desrespeito de Eduardo Leite (PSDB) com a escola pública e os educadores(as).

Sob o mote #VacinaJá, dirigentes do CPERS, representantes do movimento estudantil e de outras entidades somaram forças para exigir volta às aulas apenas quando houver segurança sanitária e a imunização dos trabalhadores(as) da educação.

A mobilização ocorreu em frente ao centro de poder do Estado, o Palácio Piratini, nesta segunda-feira (26), data que dá a largada à série de atividades da 22º Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

“Queremos cobrar um calendário de vacinação, vamos exigir fortemente do governo e dizer que a nossa liminar está valendo”, afirmou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, ao referir-se à liminar conquistada pelo CPERS e AMPD, que mantém a suspensão das aulas presenciais enquanto o Rio Grande do Sul estiver em bandeira preta.

Com o decreto publicado na sexta-feira, o governador Eduardo Leite (PSDB) gerou insegurança jurídica, desrespeitou uma ordem judicial e colocou em risco o equilíbrio entre os poderes e a segurança da juíza Cristina Luisa Marchesan da Silva, que se tornou alvo de ameaças por parte de grupos negacionistas.

“É muito ruim o Estado gerar um desconforto e desinformação com a sociedade com este decreto. Estamos lutando pela vida dos professores, funcionários e de toda a comunidade escolar. Nossa luta é por vacinação, teste em massa e condições sanitárias mínimas para um retorno seguro”, prosseguiu a presidente Helenir.

“Parabéns a todos que têm clareza do quanto é criminoso anunciar que as aulas estão liberadas em plena bandeira preta. A vida está em primeiro lugar; lamentavelmente não se recupera as milhares de vidas que perdermos” frisou a deputada Sofia Cavedon (PT).

Para o diretor do Sinpro/RS, Cássio Bessa, é incoerente o governo afirmar que a educação é essencial quando deixa educadores(as) há quase sete anos sem reajuste salarial e ainda expõe a vida de milhares ao defender a volta às aulas.

“O decreto marcou um caos nos educadores e na sociedade gaúcha. Isso é muito gave. Estamos em bandeira preta. Especialistas dizem que, se voltarmos nesse patamar, teremos um nova onda muito pior do que vivemos agora. A vida está acima do dinheiro; temos compromisso com os nossos empregos e as escolas, mas isso não está acima da vida”, disse 

“O vírus circula porque as pessoas circulam; precisamos falar o básico, não podemos nos entregar por simples decisões judiciais. Não podemos voltar para escola sem testagem e condições básicas sanitárias”, afirmou o diretor-geral Atempa, Marcus Vianna.

Para Amarildo Censi, presidente da CUT/RS, Leite segue a mesma linha política de Bolsonaro ao abrir o comércio e forçar a abertura das escolas.

“Nós, acima de tudo, defendemos a vida. Antes temos que dizer fora Bolsonaro porque esse menino de fraque segue a lógica do Bolsonaro. Não bastasse expor a vida das pessoas abrindo o comércio. Hoje o governo desobedeceu uma ordem judicial; isso é desobediência civil. É uma postura bolsonarista de um menino que quer ser Presidente da República. Nós, que somos da educação, nunca fomos tão alvo do interesse da sociedade; teve que vir uma pandemia para fechar escolas para perceberam o quanto é fundamental a escola na vida das crianças”

“É importante dizer que Bolsonaro é responsável pelas milhares de mortes por covid-19. Leite e Melo seguem essa mesma linha política”, destacou o presidente do Simpa,  Alexandre Dias.

“Ano passado estávamos em todos os meios defendendo a escola pública e o direitos dos professores e alunos. Agora o governador acha que defende a educação promovendo o retornos das aulas sem vacina?”, questionou Marcos Junior, vice-presidente da Umespa e representa da Uges.

Após o ato, o CPERS entregou um ofício exigindo um calendário de vacinação e mesa de negociação por reposição salarial. O documento foi entregue ao subchefe da Casa Militar, coronel Luciano Boeira, que encaminhará à Casa Civil.

Imunização dos educadores é prioridade

Dirigentes do CPERS também realizaram uma reunião com o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Frederico Antunes (PP), para exigir urgência na vacinação da categoria, EPIs de maior qualidade e reposição salarial aos educadores(as).

Conforme o parlamentar, a vacinação da categoria também é uma preocupação do Estado. Mas há um impasse com o governo federal, que centraliza as normas estabelecidas no Plano Nacional de Imunização não permitindo a alteração de regras pelos estados.


“O que todo mundo espera é o imunizante para evitar problemas maiores. Temos que incluir no calendário de vacinação, além dos educadores estaduais, professores e servidores municipais” disse.

“Você conhece as máscaras que foram dadas às escolas?”, questionou a presidente Helenir sinalizando para a falta de qualidade dos equipamentos de proteção ofertados às instituições de ensino. “Elas são terríveis. Já denunciamos esse descaso para a secretária da Educação, Raquel Teixeira”, continuou.



A presidente também criticou a incoerência do governo ao exigir uma audiência virtual quando busca colocar no corredor da morte milhares de educadores e estudantes pressionando por aulas presenciais neste momento crítico.

Frederico, então, sugeriu a realização de duas audiências: a primeira, tratando da imunização da categoria e retorno das atividades presenciais; a segunda pautando reajuste salarial e pagamento dos dias parados da greve.

O primeiro encontro deve ocorrer nesta quarta-feira (28) com dirigentes do CPERS, o líder do governo, deputado Frederico Antunes (PP), as secretárias da Educação, Raquel Teixeira, da Saúde, Arita Bergmann, Casa Civil e Comissões da Educação e Saúde da Assembleia Legislativa.

Na reunião, também será debatida a urgência da PL 22, de autoria da deputada Sofia Cavedon (PT), que exige prioridade de vacinação para educadores(as).


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