Tribunal de Justiça considera legal o roubo dos salários de grevistas; CPERS vai recorrer


É com extrema indignação que recebemos o resultado do julgamento do recurso do CPERS ao corte de ponto dos educadores grevistas.

Com o voto contrário de 22 desembargadores(as), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) considerou legal o roubo protagonizado pelo governo Leite (PSDB).

Trata-se de um Tribunal desconectado da realidade da classe trabalhadora, que compactua com um governo autoritário e avaliza uma medida punitiva e ideológica; caráter evidenciado pela declaração do governador de que o corte serviria para “desestimular a prática grevista”.

Graças a esta pedagogia da chibata, o ponto foi cortado apesar dos serviços prestados e das aulas recuperadas, sem prejuízo aos estudantes. Frisamos: são profissionais que trabalharam e não receberam pelo serviço prestado. O governo Leite e a Justiça nos tratam como escravos.

Mais de 27 mil educadores(as) tiveram perdas que chegaram a 30% dos rendimentos mensais. Sustar a renda de quem já se encontra no limite de suas possibilidades, em meio a uma pandemia, é uma ameaça à vida destes trabalhadores(as) e seus dependentes.

Outrossim, esta é uma categoria que está trabalhando dobrado neste período, utilizando equipamentos pessoais e pagando Internet com os próprios recursos para não deixar desassistidos os estudantes que dependem da escola pública, apesar dos salários cortados, defasados, atrasados e parcelados.

Pessoas sem recursos para suprir necessidades básicas, comprar comida e pagar as contas. Pessoas já fragilizadas por seis anos de perdas salariais e cinco de atrasos e parcelamentos, dívidas acumuladas e condições laborais precárias.

Mas esta categoria não verga a coluna. Lutar é pedagógico. Pelo direito de resistir e defender nossos direitos, queremos justiça para a educação. O CPERS recorrerá em todas as instâncias possíveis para reaver os valores confiscados pelo Estado.

A luta continua!

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