Em tempos de pandemia e isolamento social, todos buscam formas de se adaptar às novas tecnologias para manter a proximidade. Nesta quinta, o tradicional grupo Sempre Ativas, composto por educadoras aposentadas que construíram a história do CPERS, teve o seu primeiro encontro digital, em videoconferência durante a tarde.
A reunião foi organizada pela diretora do Departamento de Aposentados, Glaci Weber, e também contou com a participação da presidente Helenir Aguiar Schürer e do advogado Marcelo Fagundes, bem como a diretora Alda Bastos.
Na abertura do encontro as diretoras Glaci e Alda deram as boas-vindas para as colegas e falaram da satisfação de estarem realizando o encontro online. E também se colocaram à disposição para qualquer demanda do grupo.
A presidente do CPERS fez um resgate dos últimos acontecimentos ressaltando que o Senado aprovou ontem (6) o PLP 39/2020 acatando parcialmente as mudanças propostas pela emenda nº 11 , a qual poupa os trabalhadores(as) da educação pública do congelamento salarial até 2022.
Outra novidade que Helenir trouxe foi a reunião com o governo que ocorrerá na próxima terça-feira (12), às 14h. “Ontem conseguimos marcar uma reunião com a Seduc para próxima terça. Vamos tratar diversos assuntos como o corte de ponto e o difícil acesso”, afirmou.
“O governo segue tentando tirar nosso a direitos durante a pandemia, aproveitando que estamos atados, pois não podemos ir para as ruas nem fazer reuniões amplas para organizar a luta.”, conclui.
A assessoria jurídica do CPERS, representada pelo advogado Marcelo Fagundes respondeu diversas dúvidas das aposentadas..
Marcelo falou sobre a suspensão da liminar do CPERS pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Tóffoli, a qual proibia o governo de cobrar alíquotas de aposentados que recebem abaixo do teto do INSS (R$ 6,1 mil). Agora o STF irá analisar o mérito da ADIN, em julgamento sem data prevista.
“Nós sabemos que esse desconto previdenciário é muito ruim. De uma hora para outra os aposentados estão sendo descontados. Esperamos que seja julgado o quanto antes e que fique estabelecido que o governo não possa mais fazer o desconto da previdência”, declarou Marcelo.
Outra questão abordada pelo advogado foi o reenquadramento do novo plano de carreira que criará muita confusão nos contracheques. Marcelo enfatizou que o que o subsídio será formado pelos até então vencimento básico, completivo do piso, e vantagens temporais. “Os valores excedentes formarão uma parcela de irredutibilidade, que poderá sofrer reajustes futuros”, frisou.
Marcelo destacou que muitos educadores estão tendo a operação de suspensão do pagamento de consignados no Banrisul negado porque têm empréstimos em outras financeiras, e com isso o banco não consegue liberar margem de crédito para fechar o acordo. “São financeiras que cobram juros absusivos. Vamos abrir ações individuais para associados para renegociar esses valores; vai ter financeira devolvendo dinheiro para professores e funcionários”, destacou.
Em uma live que ocorrerá amanhã, sexta-feira (8), às 17h no Facebook do CPERS o jurídico estará explicando melhor o assunto e o que os educadores terão que fazer para entrar coma ação.
A importância da militância em tempos de pandemia
Um dos assuntos mais abordados pelas aposentadas foi de como chegar até a categoria, como militar com o isolamento social. A preocupação de se tornar presente mesmo estando longe, como o momento pede.
“Como chegar até a nossa categoria para ela não se sentir abandonada nesse momento? A gente vê o Dr. Marcelo falar é muito bom que sabermos que estamos sendo defendidos. O que podemos fazer para nossa categoria se sentir amparada e acolhida e ao mesmo tempo continuarmos atacando o governo”, indagou Neiva Moreno.
A aposentada Goretti Grossi falou sobre a importância de os aposentados continuarem se falando para quando a pandemia passar a classe estar unida e pronta para luta. “Nossa sugestão é ter carros na periferia, nas ruas denunciando todos ataques do governo e dizermos para a sociedade que queremos que mantenham as aulas a distância”, observou.
A aposentada Silvia de Lemos, destacou a importância das cestas básicas prometidas pelo governo chegarem até as famílias necessitadas. “O governo ainda não distribuiu todas as cestas básicas. Quem tem fome tem pressa”.
A presidente do Sindicato respondeu diversos questionamentos e ressaltou que o CPERS através da sua comunicação está diariamente denunciando as atrocidades do governo Leite. “Hoje mesmo saiu uma nota no correio do povo onde denunciamos o governo. Outra forma de estar mais perto da categoria são as lives que estamos realizando com o nosso jurídico”, observou.
“O CPERS vai defender que as aulas não recomecem enquanto as escolas não tiverem condições de higienização e de manter o distanciamento durante as atividades. Imagina se as crianças vão manter 1,5m de distância durante o recreio ou em outros momentos. Não podemos voltar enquanto não houver 100% de segurança”, falou Helenir sobre a possível volta às aulas presenciais em junho previstas pelo governo.
Helenir também falou dos dias de greves que a categoria já recuperou e não foram pagos pelo governo. “Continuamos na peleia, na reunião com o governo nessa terça vamos cobrar fortemente o pagamento dos dias de greve. E se houver justiça nesse pais nós iremos ganhar a ação que obriga o governo a pagar esses dias”, concluiu.
A diretora Glaci Weber, no final da videoconferência, ressaltou que essa reunião foi a primeira de muitas outras que ocorrerão no estado com os aposentados. “Vamos fazer diversas reuniões online com os nossos aposentados de todo estado, para de alguma forma estarmos chegando a nossa categoria.”
Encaminhamentos:
Live com o jurídico para tratar sobre os assuntos específicos dos aposentados (sem data).
Reunião online com os aposentados de Três de Maio, quinta-feira(14), das 14h às 15h30.