Ampla divulgação e mobilização para a greve – com Assembleia Geral da categoria no mesmo dia da deflagração -, intensificar as plenárias regionais sobre os ataques de Eduardo Leite, mobilizações unificadas com os demais servidores, pressão nos vereadores, deputados e senadores, entre outras ações.
O Conselho Geral desta segunda-feira (21) foi definidor para os próximos passos da luta do CPERS, que inicia uma semana crucial para o futuro da educação.
“O governo tenta vender para a sociedade a ideia de que a alteração do plano de carreira do magistério gaúcho irá torná-lo mais atrativo. O que nos foi apresentado é atrativo apenas para os cofres do Estado”, observou a presidente do Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, no início dos trabalhos.
Para exemplificar uma das consequências das alterações pretendidas por Leite, Helenir explicou que se uma professora com ensino médio e um professor com doutorado ingressassem hoje no estado, a diferença entre seus salários seria de 100%. Com o projeto de governo, a diferença passaria a ser de apenas 7%. “É o arrocho mais brutal que já vimos. Temos uma posição muito clara da categoria que é a de não permitir mais essa violência contra os educadores”, ressaltou.
“Aqueles que ganham menos devem pagar mais pela crise do estado e os que ganham mais terão pouquíssima repercussão em seus salários. Temos andado pelo Estado e conversado com diretores que, juntamente com os aposentados, serão os mais prejudicados”, também alertou.
A presidente da entidade chamou a atenção para o fato de o governo ter 42 votos favoráveis na Assembleia Legislativa. “Nossa resistência e pressão serão fundamentais para evitarmos essa calamidade que estão querendo fazer conosco. As câmaras de vereadores vão enxergar professores e funcionários de escola como nunca viram. Vamos fazer pressão em todos os partidos”, afirmou.
Para o pleno entendimento dos riscos aos direitos históricos de professores e funcionários de escola, o advogado Marcelo Fagundes, da assessoria jurídica do sindicato, apresentou o estudo feito pelo jurídico, abordando ponto a ponto os projetos do governo.
Atentos, os conselheiros ouviram as explicações e logo após fizeram questionamentos e esclareceram dúvidas.
A economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Anelise Manganelli, apresentou a análise feita pelo Departamento sobre o pacote de maldades do governo. “É um governo liberal, então o objetivo deles é só achatar e aumentar as alíquotas. A gente não conhece detalhes do projeto, teríamos muitas perguntas pra fazer ao governo. Mas pelo que tivemos acesso até agora, está muito claro que é o fim da educação pública”, afirmou.
Conforme deliberado na última Assembleia Geral da categoria, assim que o governador protocolar os projetos na Assembleia Legislativa, o Sindicato comunicará toda a categoria e em setenta e duas horas (72h) será deflagrada a greve.
Confira as mobilizações aprovadas:
1. Fazer ampla divulgação da deflagração da Greve, conforme deliberação da Assembleia Geral de 27/09, em 72 horas após o protocolo do “Pacote de Eduardo Leite”. Intensificar a comunicação externa, através de rádios, colagem de cartazes, dentre outros, para dar visibilidade a nossa luta e disputar a narrativa com o governo na sociedade. Construção de carta à comunidade escolar, distribuída massivamente, chamando apoio à greve e à defesa da educação;
2. Realizar Plenárias Regionais abertas para toda a comunidade com a participação da Assessoria Jurídica do CPERS/Sindicato;
3. Articular com demais categorias de Servidores(as) Públicos(as) Estaduais:
3.1 – Audiências Públicas organizadas nas Câmaras de Vereadores, em todos os municípios, pressionando lideranças políticas locais e deputados(as) estaduais; 3.2 – Plenárias conjuntas com os demais servidores estaduais relativo ao pacote de Leite e também discutir a possibilidade de greve unitária; 3.3 – Elaboração de material de defesa dos serviços públicos, das estatais e das carreiras para ser impresso e construir um calendário de panfleteação nas categorias e na sociedade. O material deve ser disponibilizado também para redes sociais, páginas e grupos de whatsapp; 3.4 – Ações conjuntas com servidores ou outras categorias em greve – exemplo: Petroleiros, IMESF (POA) e outras.
4. Construir o “Ato dos 30 Mil” da Frente dos Servidores(as) Públicos(as);
5. Moção de Repúdio ao Prefeito Marchezan(PSDB) pelo encaminhamento da demissão em massa de servidores(as) da saúde. Total apoio aos(as) trabalhadores(as)!
6. Realizar Assembleia Geral no dia em que inicia a greve para aprovar as ações e o comando de greve;
7. Instalar bancas para coletar assinaturas de aposentados(as) à Carta aprovada no Encontro Regional de Aposentados de Erechim, que será entregue ao governador e amplamente utilizada para denunciar e solicitar apoio para barrar o ataque aos direitos da categoria(partidos, Câmara de Vereadores, plenárias, atos, dentre outros);
8. Pressionar os senadores do RS para votarem contra a Reforma da Previdência, através de mails e no aeroporto, fazendo pressão, em conjunto com as centrais sindicais;
9. Denunciar deputados/as e senadores gaúchos que votam ou votaram contra o povo e a favor da Reforma da Previdência;
10. Moção de apoio à professora Maria Medianeira Ibanez em face da repressão do governo municipal de Uruguaiana.
Quer receber notícias do CPERS via whatasapp? Clique aqui!
Leia também:
– Direções escolares se mobilizam contra ataques de Eduardo Leite
– Educadoras aposentadas assinam carta contra os projetos de Eduardo Leite
– Série de vídeos detalha os ataques do pacote desumano de Eduardo Leite
– Como o pacote de Leite afeta funcionários de escola, professores e aposentados
– Eduardo Leite quer destruir a carreira e economizar às custas dos educadores
– Nota técnica da assessoria jurídica do CPERS
– Eduardo Leite quer que os professores paguem o próprio piso