“Peguei duas vezes covid-19 durante os plantões presenciais; tá aí a prova de que a gente pega uma, duas ou mais vezes essa doença. Precisamos urgentemente da vacina”.
Durante os plantões presenciais, a diretora da EEEF Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Viamão, Simone Fagundes de Souza, relata que testou positivo para Covid-19 por duas vezes.
O mais recente contágio ocorreu no início deste mês; das quatro pessoas que trabalharam nos plantões, duas testaram positivo. A primeira foi a merendeira e, após dois dias, os testes revelaram que a diretora Simone também estava contaminada. Depois foi a vez de seu filho testar positivo ao coronavírus.
“A minha merendeira foi a primeira que pegou covid e se afastou no dia 3, com sintomas. Eu testei positivo no dia 5. Possivelmente passei para o meu filho, já que praticamente ele não sai de casa”, conta Simone.
Após a confirmação dos casos de covid-19, a escola teve que ser higienizada e as atividades foram imediatamente suspensas por 14 dias; a instituição de ensino terá que retomar as atividades presenciais já no dia 18.
A diretora Simone expressa angústia com a insegurança sanitária para a volta às aulas, sem EPIs suficientes e de qualidade, vacina e testagem em massa, o retorno representa um risco à saúde não apenas dos educadores(as), mas de toda a comunidade escolar.
“Gostaria muito que fossem vacinados todos da comunidade escolar, mas diante desta impossibilidade, que se vacinem primeiro os educadores para que possamos retornar com segurança”, desabafa.
O primeiro contágio
Em outubro passado, Simone testou positivo para o coronavírus, período em que as escolas se preparavam para o retorno das atividades presenciais, após imposição do governo Leite (PSDB) para a volta às aulas no Ensino Médio estadual.
Na época, antes mesmo de obter qualquer retorno da 28ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), a diretora decidiu fechar imediatamente a escola.
“Eles queriam que alguém ficasse no meu lugar. Mas quem poderia ficar, teve contato comigo. Afastei todas as educadoras. Tive muitos sintomas e fiquei o dia inteiro no Hospital Ernesto Dorneles, fazendo exames, no soro e tomando remédios para dor”, explica.
Conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), hoje o Rio Grande do Sul atingiu a marca de 1 milhão de infectados e 25, 8 mil óbitos. O estado é o terceiro a ultrapassar a barreira do 1 milhão de casos, depois de São Paulo e Minas Gerais.
Diante dos altos índices de contaminações e mortes por coronavírus, retomar as aulas presenciais é um atentado à vida das equipes diretivas, professores(as), funcionários(as), alunos(as) e seus familiares.
O CPERS defende a ampla imunização dos trabalhadores(as) da educação, mais recursos humanos, físicos e financeiros para as escolas e estratégias de testagem, rastreamento e monitoramento dos casos de covid-19 como condicionantes mínimos de um retorno seguro às aulas presenciais.
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