Sem cadeiras, classes ou quadros! Essa é a situação na retomada Nhen’engathu, localizada em Viamão, que atualmente abriga 60 estudantes indígenas Guaranis da Aldeia Nhen’engathu. O CPERS, por meio da Caravana do Sindicato, que percorre os 42 Núcleos da entidade, esteve no local na última quarta-feira (2).
Sem nenhuma estrutura, as(os) alunas(os) se dividem em duas barracas de lona para as aulas. “Quando o dia está bom as crianças têm aula embaixo das árvores”, explica Eloir de Oliveira, professor Guarani e líder indígena.
A situação da escola improvisada já dura há um ano e meio. Sem uma estrutura adequada e digna para as(os) estudantes, nem mesmo a merenda é oferecida pelo governo Leite (PSDB) e a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) não sinaliza quando a escola será construída. “A Seduc apontou que conseguiria cinco módulos de um material mais resistente do que os da barraca, mas a Defesa Civil não deixou, pois pode pegar fogo com mais facilidade”, conta Eloir.
O líder indígena ressaltou que a Seduc está oferecendo contêineres como estrutura para a escola. “Se a Seduc está oferecendo, a gente vai aceitar. Mas o que a gente realmente quer é espaço para dar aula, ter estrutura para as nossas crianças” destaca o educador.
Além da falta de estrutura, também faltam profissionais de educação, como professoras(es) de Guarani, ciências e matemática, além de uma merendeira. Eloir aponta que a comunidade não está pedindo muito, apenas o básico para oferecer um pouco de conforto às(aos) estudantes Guaranis: “Estamos pedindo o mínimo de estrutura para atender nossos estudantes, quatro salas e um refeitório”.
CPERS na luta pelas escolas indígenas
Indignados com a situação encontrada nos territórios indígenas, o 1º vice-presidente do CPERS, Edson Garcia, e o diretor Leandro Parise marcaram uma audiência entre a Assessoria Jurídica do CPERS e o professor Eloir.
“Sem investimentos do governo, com crianças sem merenda escolar, tendo aulas dentro de barracas de lona, sem nenhum tipo de orientação real dada pela Secretaria da Educação, é um verdadeiro descaso. Vamos encaminhar essas questões para a Seduc para que atitudes e decisões sejam encaminhadas em relação a esse descaso com a educação pública, com nossos professores, funcionários e alunas e alunos dos povos originários”, afirma Edson.
“O governo do Estado usa marketing para promover sua política na área da educação, mas esquece do básico e do grande número de escolas que representam os povos originários. Queremos que a Seduc solucione esse problema o mais rápido possível”, reivindica Leandro.
Estavam presentes na visita a diretora-geral do 22° Núcleo (Gravataí), Rosane Jardim, a vice-diretora, Julia Monteiro, o secretário, Marco Sozo, e o diretor José Henrique Fontoura.
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