Homenagem aos cem anos do nascimento da ex-presidente do CPERS, Zilah Totta


“Eu acreditei”! Esse foi o lema da grande educadora e ex-presidente do CPERS, Zilah Mattos Totta, que hoje completaria 100 anos. Sua história de vida, sem dúvida, representa a síntese da educação e do educador. Acreditar – na educação, no educador, na luta para a construção de uma sociedade alicerçada na humanização das relações e na justiça social, na conquista da valorização do magistério e, especialmente, acreditar no aluno, pois estar em sala de aula era a atividade de que ela mais gostava, que mais a gratificava – e atuar com coerência foi a característica marcante do modo como a professora Zilah estruturou a identidade de educadora.
Zilah nasceu em Porto Alegre, no dia 30 de outubro de 1917, há exatos cem anos, e morreu na Capital em 21 de dezembro de 1997. Realizou os primeiros estudos em casa com a mãe, que era professora. A partir da 3ª série do ensino primário, estudou no Colégio Sévigné, onde concluiu o curso complementar. Formou-se em Música, em Educação Física e em Filosofia, ostentando no currículo três diplomas universitários.
De 1981 a 1984, Zilah foi presidente do CEPERS e comandou duas grandes greves, umas das maiores que o professorado já fez. Antes disso, tinha sido do comando de greve das duas primeiras paralisações realizadas pela categoria, no Estado. Comentando sobre a greve a professora disse: “A greve não é o único recurso, é o último para o professor se fazer ouvir”.
O primeiro ato público que o CPERS realizou, em 1981, foi no auditório da Assembleia Legislativa, seguido de caminhada ao redor da Praça da Matriz. Logo que iniciaram a caminhada, em frente ao Palácio, a categoria foi surpreendida por policiais da Brigada Militar apontando fuzis. Zilah, sem receio, enfrentou a tentativa de agressão dos brigadianos. E em 1982, com a mesma coragem, a professora enfrentou a ameaça de intervenção do Sindicato pela força militar do governo Amaral de Souza.
Durante sua gestão na presidência do Sindicato, entre outras conquistas, o Magistério ganhou a possibilidade de aposentadoria aos 25 anos e um piso salarial para cálculo dos salários para os diferentes níveis da carreira. Na presidência da entidade contribuiu para a maior participação dos professores no Sindicato, ampliou a interiorização do CPERS com a criação de novos  Núcleos.
Também em sua gestão, o CPERS participou, nos encontros estaduais da classe trabalhadora e no congresso nacional da classe trabalhadora, da construção de uma central sindical.
Uma de suas marcas à frente da entidade, sempre foi a combatividade no que se refere à valorização do Magistério pelos governantes e pela sociedade em geral.
Por todo o mérito de seu trabalho e de seu valor pessoal, a professora Zilha recebeu incontáveis homenagens públicas, tanto em vida, como póstumas.
O reconhecimento de entidades públicas não foi a única forma de reconhecimento auferido pela professora. Dado seu temperamento alegre e comunicativo, a sinceridade com que pautava suas relações, tanto no âmbito de trabalho, como em sua vida particular, sua competência e empenho em tudo o que realizava, sua brilhante inteligência, foi, sempre, estimada, respeitada e considerada por todos os que com ela conviveram e que lhe demonstravam objetivamente esses sentimentos.
O que mais dizer sobre essa destacada educadora? Tudo o que dissermos certamente estará longe de representar toda a riqueza de sua vida, todo o brilhantismo de seu pensamento, toda a coerência de sua ação.
Sem dúvida, a história de vida da professora Zilah Totta é um valioso legado para todo o cidadão, todo o educador e, em especial, para todo o professor que se encontra em formação. É uma das páginas mais ricas da história da educação rio-grandense. Resta-nos, parafrasear os dizeres da faixa sempre colocada nas assembleias da categoria e que resumia o sentimento dos professores do Estado do Rio Grande do Sul: “ZILAH, OBRIGADO POR EXISTIRES E SERES QUEM TU ÉS”

Fonte: PUCRS

 

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