Grupo de mulheres do CPERS se une à Marcha das Margaridas em Brasília


Nesta terça (15) e quarta-feira (16), milhares de mulheres se reúnem em Brasília na 7ª Marcha das Margaridas, movimento que reafirma uma agenda de engajamento com as pautas feministas, como a autonomia econômica e a educação pública não sexista. 

Um ônibus saiu de Porto Alegre em direção à capital federal levando diversas representantes do CPERS para se somarem a outras militantes brasileiras no fortalecimento da manifestação. “Essa marcha tem muito a ver com o nosso fazer sindical. Sendo um sindicato essencialmente composto por mulheres, o CPERS tem o compromisso de estar presente nessa luta”, destaca a diretora do Departamento de Gênero e Diversidade do Sindicato, Carla Cassais. 

A mobilização nasceu no ano 2000, a partir da necessidade de dar uma resposta ao assassinato da sindicalista Margarida Maria Alves. Dezessete anos antes, a trabalhadora rural, nordestina e uma das primeiras mulheres a exercer um cargo de direção sindical no Brasil foi morta a tiros na porta de casa no interior da Paraíba. Se na época da primeira edição, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a Marcha continha apenas 3 eixos políticos, desta vez a iniciativa conta com 12 reivindicações:

 

1) Democracia participativa e soberania popular;

2) Poder e participação política das mulheres;

3) Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;

4) Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios; 

5) Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;

6) Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns e proteção da natureza com justiça ambiental e climática;

7) Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;

8) Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;

9) Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária;

10) Universalização do acesso à internet e inclusão digital;

11) Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;

12) Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade.

 

Além do ato, que inicia às 6h desta quarta-feira (16) e se encerra às 10h30 com a presença do presidente Lula (PT), a programação do evento conta com atividades culturais e de formação, lançamento de livros, espetáculos, filmes e documentários, debates, rodas de conversa e campanha de doações. 

Para o CPERS, por meio do Departamento de Gênero e Diversidade, caminhar ao lado das mulheres agricultoras, indígenas, negras, marisqueiras, quilombolas e sindicalistas nessa movimentação que pretende conquistar mais políticas públicas, direito e igualdade é batalhar por um país capaz de se tornar um ambiente seguro para todas, seja na cidade, seja no campo. É articular a luta de forma que mais nenhuma Margarida tenha sua trajetória política interrompida pela mão do patriarcado! 

 

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