Enquanto o governo Eduardo Leite (PSDB) insiste em propagandear sua suposta “modernização” da educação, a terceira semana da #CaravanaDoCPERS revela um cenário diametralmente oposto. A comitiva do Sindicato registrou relatos que desnudam a crueldade do projeto educacional da atual gestão estadual: professoras(es) sobrecarregadas(os) transformadas(os) em analistas de Excel, funcionárias(os) exaustas com múltiplas funções e aposentadas(os) penalizadas(os) com os descontos previdenciários.
Nesta sexta (28), ao concluir sua agenda semanal nos núcleos de Cruz Alta (11°), Frederico Westphalen (26°) e Vacaria (30°), o Sindicato comprovou o padrão de destruição que se repete em todas as regiões já visitadas.
O balanço é contundente: nas mais de 270 escolas em 30 regiões do estado, por onde a Caravana passou nas últimas três semanas, encontrou-se sempre o mesmo cenário de abandono. Onde o governo prometeu investimento, encontram-se cortes; no lugar de valorização, excesso de burocracia; e no espaço reservado ao diálogo, apenas portas fechadas.
Um dos casos mais emblemáticos ocorreu na EE Indígena de Ensino Fundamental Almerinda de Mello, em Salto do Jacuí, onde o abandono histórico do poder público evidencia a negligência de Eduardo Leite (PSDB) com as comunidades tradicionais. A situação se repete em outras instituições, como na EEEF Afonso Pena, em Frederico Westphalen, onde uma única funcionária é responsável pelo atendimento de 464 estudantes – um cenário que beira o absurdo, mas que vem sendo ignorado pelo Palácio Piratini.
Por isso, o CPERS convoca todas(os) as(os) educadoras(es) para a Assembleia Geral no dia 11 de abril, na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre.
Caravana do CPERS em Cruz Alta denuncia sobrecarga de trabalho e avanço da privatização na educação
A #CaravanaDoCPERS chegou ao Núcleo de Cruz Alta (11º) com uma missão clara: ouvir as(os) educadoras(es), fortalecer a mobilização e alertar sobre os graves ataques do governo Eduardo Leite (PSDB) à educação pública. A Direção Estadual e Regional do Sindicato percorreu escolas e concedeu entrevistas a veículos locais, como a Rádio Geração FM, Rádio Cruz Alta e o Jornal Diário Serrano, para ampliar o debate sobre os desafios enfrentados pela categoria.
Suzana Lauermann, secretária-geral do CPERS, não escondeu sua preocupação com os relatos colhidos durante a Caravana. “Encerramos mais uma semana da Caravana e cada encontro reforça uma triste realidade: a sobrecarga de trabalho não só esgota fisicamente os educadores, mas também mina sua saúde mental”, afirmou. “O cansaço, devido à burocracia sem fim imposta por coordenadorias e pela própria Seduc, é evidente. Em vez de facilitar o trabalho das escolas, o governo parece empenhado em sufocá-las com exigências desconexas da realidade.”
Ela também alertou sobre o perigo das Parcerias Público-Privadas (PPPs) na educação pública. “As PPPs são um ataque direto à educação pública. Elas transferem dinheiro que deveria ser investido em salários, infraestrutura e qualidade de ensino para os bolsos de empresários, enquanto colocam o destino de escolas e trabalhadores nas mãos de empresas cujos interesses são o lucro, não a educação.”
A dirigente questionou: “O que será dos funcionários das escolas terceirizadas? Que garantias têm? Nenhuma. O que será das comunidades que perderão o controle sobre suas próprias escolas? Silenciadas.” E completou: “A resistência que vimos em cada escola não é por acaso: é a consciência de que a educação pública não pode ser mercantilizada. E essa luta não é só dos profissionais da educação – é de todos que acreditam em um futuro com escolas públicas fortes, democráticas e a serviço do povo.”
Em Salto do Jacuí, a Escola Estadual Indígena Almerinda de Mello, da comunidade Kaingang da região, sofre com a realidade de abandono do governo Leite (PSDB). Sem apoio governamental, a comunidade local se mobiliza para manter a estrutura escolar funcionando, utilizando doações e parcerias improvisadas.
A unidade, que deveria contar com recursos básicos, opera em condições críticas: falta direção, monitor e merendeira – carências que comprometem o direito à educação das(os) alunas(os). Enquanto o poder público ignora suas obrigações, a comunidade escolar assume tarefas extras para evitar o fechamento da escola.
A Caravana também passou por instituições como a EEEM Dr. Hildebrando Westphalen, EEEM Major Belarmino Cortes, EEEM Profª Maria Bandarra Westphalen e EEEF Dr. Candido Machado, onde as(os) diretoras(es) Sandra Régio, Leonardo Preto e Leandro Parise ouviram relatos de professoras(es) e funcionárias(os) de escola sobre as dificuldades cotidianas.
Representando a diretoria do 11º Núcleo, participaram Vera Maria Fischer (diretora-geral), Elenice de Lara da Rosa (vice-diretora) e Alberi Andrade (representante 1/1000).
No encerramento das Caravana na região, foi realizada uma plenária com funcionárias(os) de escola, na sede do Núcleo.
Em Frederico Westphalen, uma funcionária da merenda atende sozinha por 464 estudantes
No 26° Núcleo, em Frederico Westphalen, a situação crítica da EEEF Afonso Pena, onde apenas uma merendeira tenta atender 464 estudantes, ilustra o abandono que marca a educação no Rio Grande do Sul.
A diretora da escola enfrenta diariamente a falta de funcionárias(os), precisando auxiliar pessoalmente na distribuição da merenda devido à carência de duas merendeiras e uma servidora de serviços gerais. Além disso, a instituição divide seu espaço com uma escola municipal, tendo que alternar o uso de uma mesma sala entre turmas do 9° ano pela manhã e crianças da pré-escola à tarde – um cenário que evidencia a falta de investimento e a improvisação que prejudicam alunas(os) e profissionais.
A EEEF Olavo Bilac, em Palmitinho, também sofre com a falta de profissionais: faltam professoras(es) de Educação Física, Projeto de Vida, Ensino Religioso e Artes, além de supervisão escolar e profissionais qualificadas(os) para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) – um cenário que viola o direito básico à educação de qualidade.
Além da EEEF Afonso Pena e EEEF Olavo Bilac, a Caravana visitou outras instituições que enfrentam desafios similares: EEEB Cristo Redentor (Alpestre), IEE Padre Vitório (Planalto), EEEM São Gabriel (Ametista do Sul), EEEF Monsenhor Vitor Batistela (Castelinho), EET José Cañellas, EEEM Padre Abílio de Marcos Sponchiado (Vista Alegre) e IEE 22 de Maio (Palmitinho), onde aconteceu o encontro de aposentadas(os) sócias(os) da região. Os relatos foram unânimes em apontar a sobrecarga de trabalho, a falta de funcionárias(os), a infraestrutura precária e os baixos salários como problemas crônicos agravados pela política de desmonte do governo Eduardo Leite (PSDB).
Acompanhando a Caravana, estiveram presentes as(os) diretoras(es) Juçara Borges, Sandra Silveira,Guilherme Bourscheid e Vera Lessês, além da direção do 26º Núcleo, composta por Edi Mara Marcon (diretora), Jorge André Tomasi Pereira (vice-diretor), Andre Luis Capra (membro da direção), Ivone Verônica Wieczoreki (secretária), Mirtes Terezinha Friedrich Quadro (representante 1/1000), José Pedro Volpatto (representante municipal dos aposentados – Alpestre), Jucenir Ines Egger Kliemann (representante municipal dos aposentados – Planalto), Mari Piaia Balestrin (representante municipal dos aposentados – Palmitinho) e Nara Candaten (representante municipal dos aposentados – Vista Alegre).
A equipe do CPERS também concedeu entrevistas à Rádio Chiru, Rádio Comunitária, Rádio Luz e Alegria, Rádio Comutação 87.9 FM (Ametista do Sul), Rádio Comunitária da EEEB Cristo Redentor (Alpestre) e ao Jornal Alto Uruguai, ampliando o alcance das denúncias e reforçando o chamado à mobilização.
No 30º Núcleo, CPERS documenta ataques sistemáticos à educação pública gaúcha
As diretoras(es) do CPERS, Andrea da Rosa, Sandra Santos, Joara Vieira e Amauri Pereira da Rosa desembarcaram em Vacaria (30º) e encontraram o mesmo cenário de abandono que se repete por todo o Rio Grande do Sul: escolas desassistidas, educadoras(es) sobrecarregadas(os) e direitos sendo desmontados.
A diretora do Sindicato, Joara Vieira, destacou que a Caravana tem percorrido os 42 núcleos do estado para escutar as demandas das(os) profissionais da educação. “O que estamos ouvindo é alarmante: professores sobrecarregados com atividades extras que se acumulam além das aulas presenciais – preenchimento interminável de planilhas, preparação de aulas online, burocracia excessiva”, relatou.
Ela enfatizou que a carga de trabalho não fica restrita ao ambiente escolar. “Essa carga desmedida não fica somente nas escolas, segue para casa, invade o tempo de descanso e, progressivamente, mina a saúde física e mental dos profissionais da educação.”
O diretor Amauri Pereira da Rosa reforçou que a mobilização busca pressionar o governo por um reajuste digno após anos de perdas salariais. “Estamos lutando pelo fim dos descontos abusivos que atingem os aposentados e educadores da ativa. Nas escolas, combatemos a precarização, a sobrecarga de trabalho e a falta de recursos”, afirmou.
A diretora do CPERS, Andrea da Rosa, foi enfática: “O que vemos é uma categoria adoecida, que aguarda valorização, mas quando ela vem, é desigual – o que acaba desunindo ainda mais, criando conflitos entre colegas. Nossa tarefa é ouvi-los, mas também convocá-los à luta e à união: o inimigo não é o companheiro, e sim a estrutura que perpetua essa injustiça. O que mais aflige é a falta de perspectiva de reajuste real. E quando há um anúncio, ele não se concretiza de forma igualitária para todos”, asseverou.
Da direção do 30º Núcleo, participaram Osmar Emilio Mussatto (Diretor-Geral), Najia Naji Pegorini (Diretora), Nelita Ferreira da Costa (Diretora), Helena Maria Caon (Diretora), Neide Maria Borges Dutra (Diretora), Vera Lucia Lisboa Borges (Diretora) e Olivia Melo da Silva (Representante 1/1000).
A Caravana na região também percorreu escolas como a EEEB Professor José Fernandes de Oliveira, EEEM Padre Efrem, ETE Bernardina Rodrigues Padilha, IEE Irmão Getúlio, EEEM Padre Pacífico, EEEF Dalva Zanotto de Lemos e EEEF Jardim América.
A mobilização teve ampla cobertura na Rádio Esmeralda 93,1 FM e Tua Rádio Fátima. Na sede do Núcleo, as(os) dirigentes e aposentadas(os) se reuniam para cobrar a urgente retomada do julgamento no STF sobre o fim dos descontos previdenciários que atingem essa importante parcela da categoria.
Participe da Assembleia Geral do Sindicato no dia 11 de abril, na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre. Clique aqui, contate seu Núcleo e mobilize-se!
>> Confira as escolas visitadas nesta sexta (28):
>> Cruz Alta (11° Núcleo)
- EEEM Dr. Hildebrando Westphalen (Cruz Alta)
- EEEM Major Belarmino Cortes (Cruz Alta)
- EEEM Profª Maria Bandarra Westphalen (Cruz Alta)
- EEEF Dr. Candido Machado (Cruz Alta)
- EEIEF Almerinda de Mello (Salto do Jacuí)
>> Frederico Westphalen (26° Núcleo)
- EEEB Cristo Redentor (Alpestre)
- IEE Padre Vitório (Planalto)
- EEEM São Gabriel (Ametista do Sul)
- EEEF Monsenhor Vitor Batistela (Castelinho)
- EET José Cañellas (Frederico Westphalen)
- EEEF Afonso Pena (Frederico Westphalen)
- EEEM Padre Abílio de Marcos Sponchiado (Vista Alegre)
- IEE 22 de Maio (Palmitinho)
- EEEF Olavo Bilac (Palmitinho)
>> Vacaria (30° Núcleo)
- EEEB Professor José Fernandes de Oliveira (Vacaria)
- EEEM Padre Efrem (Vacaria)
- ETE. Bernardina Rodrigues Padilha (Vacaria)
- IEE Irmão Getúlio (Vacaria)
- EEEM Padre Pacífico (Vacaria)
- EEEF Dalva Zanotto de Lemos (Vacaria)
- EEEF Jardim América (Vacaria)
>> Confira mais fotos da #CaravanaCPERS nesta sexta (28):
>> Cruz Alta (11° Núcleo):
>> Frederico Westphalen (26° Núcleo):
>> Vacaria (30° Núcleo):