Faltam 44 milhões de professores no mundo, alerta Unesco


Nesta terça-feira (3), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lançou um alerta global sobre a falta de educadores(as). São necessários 44 milhões de docentes adicionais em todo o mundo para alcançar a educação básica universal até 2030, quando se encerra o prazo dos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

A falta de atratividade na profissão docente é um fator determinante nas dificuldades de recrutamento e no crescente abandono dessa carreira por muitos profissionais.

Os dados comprovam o que o CPERS alerta em todas as oportunidades: assegurar condições de trabalho e salários dignos é fundamental para a valorização de todos os educadores(as). Isso vale tanto para professores(as), quanto para funcionários(as) da educação, da ativa e aposentados(as).

De acordo com a Organização, faltam 12,9 milhões de professores(as) no ensino primário e cerca de 31,1 milhões no ensino secundário em todo o globo. A escassez de profissionais é mais pronunciada na África Subsaariana e no Sul da Ásia, onde são necessários 22,8 milhões de professores(as) adicionais – pouco menos da metade de todas as vagas que precisam ser preenchidas no mundo.

Dificuldades

Nos 79 países analisados pela Unesco, a taxa de abandono no ensino primário aumentou de 4,62% em 2015 para 9,06% em 2022. As causas são variadas e diferenciadas de país para país, mas existem três fatores que se destacam: más condições de trabalho, estresse e salários baixos.

Na questão dos salários, o relatório aponta que a nível global apenas metade dos países pagam aos professores(as) do ensino básico o mesmo ou mais do que outras profissões que requerem o mesmo nível de qualificações, situação que se agrava na Europa e na América do Norte, onde no ensino secundário o salário dos docentes equivale a 75% ou menos do que o de outras profissões comparáveis.

A Unesco destaca ainda que a taxa de abandono da profissão é maior entre os homens, chegando a 9,2% – mais do dobro do que os 4,2% entre as mulheres.

“Isto deve-se sobretudo ao fato de os homens terem mais oportunidades profissionais em outros setores e conseguirem mudar de carreira com maior facilidade, para além de preconceitos de gênero, como crenças sobre quem deve ser responsável pela educação das crianças”, aponta a Unesco.

Face ao problema, a organização das Nações Unidas recomenda sete medidas: maior investimento na formação inicial e contínua de professores(as), programas de mentores que promovam a colaboração entre educadores(as) experientes e novatos, salários competitivos face a profissões semelhantes e oportunidades de progressão na carreira, eliminação de trabalho burocrático para permitir um maior foco no ensino, maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, cuidados de saúde mental para lidar com o estresse e lideranças fortes nas escolas que valorizem os professores(as).

O CPERS enfatiza a urgência de políticas, sobretudo do governo Eduardo Leite (PSDB), que garantam não apenas salários justos, mas também condições dignas de trabalho, que reestruturem e fortaleçam o sistema educacional como um todo, com investimentos substanciais para a educação, que é uma das bases para a formação crítica dos cidadãos.

*Com informações da DW

Foto de capa: Rodolfo Buhrer/ WebTerra

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