Eduardo Leite faltou com a verdade, nesta quarta-feira (13), ao afirmar que o governo sempre esteve aberto ao diálogo junto ao CPERS.
É de se lamentar, mas não nos causa surpresa.
O CPERS cobrou reiteradamente a retomada da mesa de negociações iniciada no dia 29 de abril e interrompida pelo próprio governo após apenas dois encontros.
Em pauta, as reivindicações aprovadas na Assembleia Geral do dia 12 de abril: salário em dia, reposição emergencial de 28,78% e a realização de concursos públicos.
Leite nem sequer respondeu o último ofício enviado pelo Sindicato, que solicitava um retorno até 3 de julho, rompendo efetivamente as tratativas.
Passados, portanto, três meses, o governador convocou o Sindicato não para tratar da pauta acordada, mas para apresentar medidas diametralmente opostas às reivindicações originais.
Um pacote que inclui o extermínio de direitos, confisco de dinheiro dos aposentados(as), achatamento da carreira e congelamento salarial por tempo indeterminado.
Diálogo pressupõe troca, deslocamento, negociação.
Ao apresentar projetos que atingem em cheio uma categoria já massacrada, sem qualquer contrapartida para recuperar nossas perdas, Leite comprovou que a sua “abertura ao diálogo” não passa de jogo de cena.
Na ocasião, questionado sobre o canal de diálogo, o governo apenas indicou a secretária Leany Lemos para sanar dúvidas sobre o conteúdo das “propostas”, mas não mostrou disposição para negociar.
Enviamos, no prazo determinado pelo governo, documento elencando as razões para a rejeição do pacote, de todo reprovado pelos trabalhadores(as) em educação. Novamente, sem respostas ou convite para dialogar.
Em ao menos uma afirmação, o governador está correto: “infelizmente, (o CPERS) foi o Sindicato que menos quis dar contribuições”.
Neste Sindicato, somos pautados pela categoria, não pelo patrão. Não contribuímos e não vamos contribuir para a destruição da educação pública. Direito não se negocia.
Quer receber notícias do CPERS via whatasapp? Clique aqui!
Leia mais:
– Mais de 60 Câmaras de Vereadores reprovam projetos de Leite
– 10 razões para os diretores de escola aderirem à greve da rede estadual
– Erros, inconsistências e omissões: governo infla dados para justificar reformas
– Ato unificado no dia 14 de novembro marcará luta contra desmonte do serviço público
– Série de vídeos detalha os ataques do pacote desumano de Eduardo Leite
– Como o pacote de Leite afeta funcionários de escola, professores e aposentados
– Eduardo Leite quer destruir a carreira e economizar às custas dos educadores
– Nota técnica da assessoria jurídica do CPERS
– Eduardo Leite quer que os professores paguem o próprio piso
– Pressão nos vereadores: baixe o modelo de moção de repúdio aos projetos
– Direções escolares se mobilizam contra ataques de Eduardo Leite
– Assine a carta das educadoras aposentadas contra os projetos de Eduardo Leite