Em todo o Rio Grande do Sul, estudantes e comunidades escolares mobilizam-se em atos espontâneos para dialogar com a sociedade e expor repúdio às propostas de Eduardo Leite para a educação, que aprofundam a miséria da categoria e põem em risco a própria existência da escola pública.
Em Porto Alegre, dois atos foram realizados pela manhã.
A primeira manifestação foi realizada por pais e alunos(as) da EEEF General Daltro Filho, em uma iniciativa do Conselho Escolar, para apresentar à comunidade do entorno da escola a realidade e as verdadeiras intenções das mudanças propostas pelo governo. Eles fizeram duas caminhadas pelo bairro, uma durante a manhã e outra à tarde.
Thiago Diel, pai de uma aluna e de um ex-aluno do Daltro, e atual Presidente do Conselho Escolar, disse que a ideia da manifestação surgiu da preocupação dos pais com o futuro da escola e, principalmente, com os rumos que a educação pública pode tomar no estado com a aprovação do projeto.
“O que vemos são professores com cada vez menos motivação para trabalhar, com salários atrasados, perdendo o Plano de Carreira. Por isso, o conselho tomou a iniciativa de fazer esse ato, mas sentimos que a manifestação não podia ser dentro da escola, e sim uma ação visível para toda comunidade, para que se deem conta do que é esse projeto e do desmonte que ele vai causar no estado, não só na educação”, conta Thiago.
Durante a manifestação, os pais e estudantes realizaram uma caminhada e passaram um abaixo assinado para registrar apoio da comunidade à causa dos educadores. O documento será entregue aos deputados na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (12).
Para Márcia Milone, mãe de uma aluna do Daltro Filho, esse movimento deveria acontecer em mais escolas, visto o tamanho da desvalorização da educação pública no Rio Grande do Sul.
“Precisamos mostrar para a comunidade o quanto é importante a educação pública no nosso país. A nossa escola é tão boa, tão conceituada, não podemos perder o pouco que ainda existe no nosso Brasil, por governos que desvalorizam cada vez mais a nossa educação”, pede Márcia.
Outra manifestação foi realizada por escolas do bairro Azenha no coreto do Julinho, próximo ao centro da capital.
Na ocasião, pais, alunos(as), professores(as) e funcionários(as) de quatro escolas estaduais: Júlio de Castilhos (Julinho), Coronel Afonso Emílio Massot, Protásio Alves e Inácio Montanha, também se reuniram para denunciar os ataques do governo à educação.
O diretor do CPERS, Daniel Damiani, que participou dos dois atos, ressaltou que somente com a união de toda a comunidade escolar e através de muita pressão é que será possível deter os ataques cada vez mais brutais contra a educação.
“O que o governo Eduardo Leite pretende é um desmonte não só da educação, mas de todo o funcionalismo público estadual. Precisaremos muito desse apoio de toda a comunidade escolar. Somente assim venceremos essa batalha”, diz Daniel.
Durante o ato das escolas centrais, a Presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (UMESPA) Vitória Cabreira, convocou todos os estudantes secundaristas da capital para se unirem ao ato da Frente de Servidores Públicos (FSP/RS), que será realizado nesta quinta-feira (14), a partir das 13h30 , no Largo Glênio Peres:
Também nesta terça, estudantes do CIEP de Gravataí tomaram as ruas da cidade:
Não estamos sós
Diversas outras instituições em todo o Estado tem aderido à luta dos educadores gaúchos e realizam atos contra os ataques do governo:
Nesta segunda-feira (11), estudantes de Estrela saíram às ruas para exigir respeito aos educadores e à educação pública.
Os alunos do CE Dr. Glicério Alves, da capital, capricharam nos cartazes em defesa de quem educa e contra os projetos de morte de Eduardo Leite.
Na última semana, centenas de estudantes de 10 escolas do extremo sul de Porto Alegre pararam as ruas da Restinga em defesa dos educadores(as) gaúchos.
Estudantes e educadores(as) das escolas Morada do Vale I, de Gravataí, e Professor Gentil Viegas Cardoso, de Alvorada, vestiram-se de preto em luto pela educação e contra os ataques de Eduardo Leite aos professores(as) e funcionários(as) de escola.
Estudantes do ensino médio da escola Gomes Freire, de Teutônia, também vestiram preto em protesto pela situação da educação e os ataques de Eduardo Leite aos educadores(as).
A mobilização crescente indica que o dia 14 vai ser gigante! Educador(a), Porto Alegre te chama! Dia 14 de novembro, participe da Assembelia Geral às 9h30 na Praça na Matriz e do Ato Unificado às 13h30, no Largo Glênio Peres.
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ATO NO JULINHO
ATO NO DALTRO FILHO