Na manhã desta sexta-feira (20), educadores e demais servidores realizaram o ato Não Esqueceremos em frente ao Palácio Piratini para lembrar que há exatos 30 dias o governo Sartori, através de forte aparato policial, comandou um verdadeiro massacre respondendo com violência policial o protesto legítimo do funcionalismo contra seu pacote de maldades.
Entre os dias 20 e 23 de dezembro de 2016, o protesto dos servidores foi reprimido através de bombas de gás lacrimogêneo, lançadas incontáveis vezes, além de balas de borracha, spray de pimenta e violência extrema da Brigada Militar, deixando vários feridos.
Diante da forte resistência, o governo precisou recuar retirando as PECs 257, que retira o Artigo 35 da Constituição e obriga o Estado a realizar o pagamento no último dia do mês, PEC 242, que trata da licença-prêmio e a PEC 256, que pretende acabar com a organização sindical (licença para atuar nos sindicatos).
“Nossa arma é a palavra, a denúncia. E não será bala de borracha ou bombas de gás lacrimogêneo que irão nos derrotar. Vamos denunciar, em cada canto deste Estado, os desmandos deste governo”, afirmou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
Vários representantes de diversos setores do funcionalismo público do Estado manifestaram seu repúdio as arbitrariedades do governo Sartori e reafirmaram a resistência dos servidores.
“Sartori veio terminar o serviço sujo que o Brito começou. Não esqueceremos a batalha que travamos nessa praça, assim como não esqueceremos o nome de cada deputado que votou contra os servidores e a população”, destacou Mara Feltes, diretora do Sindicato dos Empregados em empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais do RS – Semapi, que representa os trabalhadores de parte das fundações extintas.
“Nos últimos cinco anos, a Corag repassou ao Estado mais de 5 milhões. Então, o governo está mentindo quando diz que damos prejuízo ao Rio Grande do Sul. Este governo está promovendo um colapso nos serviços públicos”, observou Marcio Carvalho, representante da Corag.
Manifestação ocorrerá todo dia 20
Em frente ao Palácio Piratini, os servidores colocaram cavaletes com as fotos do governador José Ivo Sartori, seu vice, José Paulo Dornelles Cairoli, e da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Silvana Covatti. Para mostrar sua reprovação, os servidores atiraram balões com tinta em cada uma das fotos.
“Mesmo com todo o desrespeito do governador, que não cumpre o que prevê a Lei, parcelando nosso salário e nosso décimo, entre outros ataques, a presidente da Assembleia arquivou nosso pedido de impeachment. No documento, eles reconhecem que o governo descumpre ordem judicial, mas justificam tudo com o falso discurso da crise financeira. Este governo precisa nos responder para onde estão indo os 7 bilhões da sonegação e os 9 bilhões das desonerações. Qual o retorno para o Rio Grande do Sul?”, cobrou Helenir.
A coordenação do Movimento Unificado dos Servidores Públicos afirmou que o ato Não Esqueceremos será realizado todo o dia 20 de cada mês para lembrar a resistência dos servidores pela manutenção de seus direitos e fazer a denúncia à toda população.
Fotos: Caco Argemi