Nesta sexta-feira, dia 12, a vice-presidente do CPERS, Solange Carvalho, a diretora Iris de Carvalho, educadores e estudantes de diversas escolas estaduais participaram do Seminário Educação Sem Mordaça. O evento ocorreu às 9h, no Plenárinho João Neves da Fontoura, na Assembleia Legislativa.
O encontro abordou o Projeto de Lei 190/2015 de autoria do deputado Marcelo van Hattem, o qual pretende proibir professores de falarem sobre política, ideologia e religião nas escolas nas escolas. Na prática, “amordaça” os professores dentro da sala de aula. Esse projeto de lei é considerado por especialistas na área da Educação como uma afronta aos educadores e a sociedade gaúcha.
O Seminário foi organizado pelas deputadas Stela Farias e Manuela D’ Ávila, e contou com a participação de Salomão Ximenes, professor na UFABC, Walmyr Junior, do Coletivo Enegrecer, Roberta Baggio, professora da UFRGS e Fabíola Loguercio da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES.
O PL 190 representa o retrocesso na Educação Pública
A professora Roberta Baggio ressaltou que o PL 190 é inconstitucional, pois retira a liberdade de expressão de professores e estudantes. E ainda frisou que nenhuma sociedade avança se a população não é livre para debater e se expressar sobre diversos assuntos.
O professor Salomão Ximenes relatou os ataques constantes contra a educação pública, através dos projetos de lei tanto no âmbito estadual quanto nacional. Como exemplo dos retrocessos na educação relatou que no Estado de Goiás as escolas foram entregues para as Organizações Sociais. Segundo Salomão, há mais de 11 anos não acontece concurso público para educadores no Estado. “O PL 190 caminha junto com a privatização das nossas escolas. Mas não deixaremos passar, pois haverá e está havendo resistência dos professores e estudantes”, finalizou.
A diretora de comunicação da UBES, Fabíola Loguercio, relembrou as ocupações dos estudantes nas escolas em diversos Estados em defesa da educação pública. “Esse projeto quer calar os professores e nós estudantes, pois hoje não aceitamos mais retrocessos e lutamos pela educação pública de qualidade”, afirmou.
A vice-presidente do CPERS, Solange Carvalho, parabenizou a presença massiva dos estudantes no seminário e relembrou a forte luta dos estudantes pela educação pública, através das ocupações que aconteceram no Estado. Solange também denunciou a violência praticada contra alguns estudantes de Santa Maria. Ontem, durante a manifestação do dia do estudante, a Brigada Militar agiu com extrema violência contra vários estudantes. “Não permitiremos atitude como essa com os nossos alunos. Também não permitiremos esse PL, que representa o retrocesso na educação. Não passarão”, afirmou.