A Direção Central do CPERS concretizou, nesta sexta-feira, dia 20, o que havia sido definido, em dezembro, no Conselho Geral da entidade, se o governo do Estado não desse retorno quanto à solicitação de nomeações dos professores e funcionários de escola aprovados no último concurso: realizou, junto com as centenas de educadores presentes na Reunião Ampliada do Conselho, uma auto-agenda com o governo. Os professores saíram da frente da sede da entidade e se dirigiram ao Palácio Piratini para entregar um documento no qual constava uma pauta mínima de reivindicações da categoria, já entregue no início desse ano.
Desde janeiro, a Direção Central vem manifestando ao governo a preocupação com o início do ano letivo. De acordo com levantamentos feitos pelo Sindicato, há um déficit de 7 mil vagas e mesmo que o governo concretize as nomeações nos próximos dias, o ano deve iniciar com o quadro incompleto. “Esta semana iniciam as aulas e cada nomeação leva em torno de 40 dias para ser efetivada. Por isso, teremos falta desses profissionais nas escolas”, explica a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
Abaixo de chuva, os educadores dirigiram-se até o Palácio e, ao longo do caminho, esclareciam à população os motivos pelos quais estavam realizando a marcha. Após aguardar por pouco mais de uma hora, uma comissão composta por representantes da Direção Central, da CNTE e de professores concursados que aguardam nomeação foi recebida pelo chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi.
Durante a reunião, Helenir entregou o documento e reforçou a necessidade da nomeação urgente de professores. “Desde janeiro, estamos fazendo essa solicitação. Essas nomeações precisam ser feitas com urgência”, afirmou. A partir da próxima semana, a Direção Central do CPERS estará visitando as escolas de todo o Estado para fiscalizar se as equipes de professores e funcionários de escola estão suprindo as demandas das instituições escolares.
A pauta mais ampla de negociações deve ser debatida e aprovada pela categoria na Assembleia Geral do CPERS, que ocorre em 27 de março.
Biolchi afirmou que a questão das nomeações e do aproveitamento dos professores contratados está sendo estudada pelo governo. “Estamos detalhando as informações para vermos o que é possível fazer. Na próxima semana, estarei conversando com o secretário Vieira da Cunha e demais setores do governo para que possamos, o quanto antes, dar uma resposta ao CPERS”, disse.
Outra preocupação exposta ao governo, foi a precariedade no atendimento do IPE. “Estamos preocupados com a suspensão dos pagamentos e queremos ter a garantia de que a categoria receberá um bom atendimento médico”, explicou Helenir.
O chefe da Casa Civil, afirmou que vai solicitar ao presidente do IPE que procure a Direção do CPERS para discutir os problemas apresentados.
Ao final do encontro, ficou pré-agendada uma reunião entre a Direção Central do CPERS e o governo do Estado para o dia 2 de março.
Confira o que foi solicitado ao governo do Estado:
- Pagamento do Piso Salarial Nacional do Magistério, no Plano de Carreira (reajuste de 13,01% mais 34,67% que ficou do governo anterior);
- Nomeações dos professores e funcionários de escola;
- Aproveitamento dos professores contratados, exonerados em dezembro de 2014, nas áreas em que não houver mais Banco de concursados;
- IPE: preocupação com a suspensão dos pagamentos. Garantia de atendimento a categoria;
- Entrega do anteprojeto negociado com o governo anterior sobre o vale-refeição, que altera a Lei nº 10.002/1993;
- Pagamento de 1/3 das férias e demais direitos dos professores exonerados.