CPERS participa de audiência pública sobre a situação das escolas do campo


A situação das escolas do campo no Rio Grande do Sul foi pauta da audiência pública realizada na manhã desta terça-feira (14) no plenarinho da Assembleia Legislativa.

A iniciativa, proposta pelo deputado Zé Nunes (PT), contou com a participação da diretora do Departamento de Educação do CPERS, Rosane Zan e da secretária-geral do Sindicato, Candida Rossetto, além de representantes de escolas do campo, parlamentares, representantes da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e do Conselho Estadual de Educação (CEED).

Precariedade nas estruturas, falta de transportes, de professores e de funcionários, fechamento de turmas, de bibliotecas e de escolas e contratação de funcionários por tempo determinado foram algumas das inúmeras dificuldades das escolas rurais apresentadas na ocasião.

“Não somos valorizados. As leis são feitas por aqueles que não têm conhecimento das peculiaridades de cada região do estado”, afirmou a diretora da escola Santa Inês, do município de Alegrete, Izabel Vieira.

Ela também citou o decreto assinado em 2018 durante o governo Sartori, que proíbe o trânsito de veículos em estradas e propriedades particulares. “Crianças pequenas têm que caminhar 3 ou 4km enfrentando o barro e o gado até a escola, pois não há transporte. Nessa época de chuva, elas não têm ido estudar. Famílias querem voltar para a cidade mesmo sem ter onde trabalhar. É um descaso total”, desabafou.

Outro ponto destacado na audiência foi o crescente êxodo rural desencadeado pelo fechamento e falta de estrutura nas escolas do campo. “Cada escola que fecha é uma comunidade que acaba. Tínhamos uma comunidade com mais de 80 pessoas, hoje são 30. O desmonte da educação do campo passa pela negligência do governo”, afirmou o professor João Paulo Costa, da Escola Agrícola de Santa Cruz do Sul.

“Quando um governo afirma que gasta demais com a educação, temos um problema grave. Recebemos todos os dias denúncias de todo o estado sobre o fechamento de escolas e bibliotecas, falta de professores e funcionários, multisseriação e enturmação. As escolas de campo, além destes problemas, vivem sob a constante ameaça de fechamento. Por isso, é fundamental que nesta quarta-feira, todos participem dos atos da Greve Nacional da Educação. O futuro da educação está em jogo”, ressaltou Rosane.

“O debate realizado hoje é fundamental para que possamos realizar as ações necessárias para garantir um ambiente em que a zona rural seja uma alternativa para os jovens, com qualidade e infraestrutura semelhantes as escolas dos centros urbanos”, destacou Nunes.

A deputada Sofia Cavedon (PT), que preside Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia afirmou que será encaminhado um processo junto ao Ministério Público para denunciar os problemas nos transportes escolares da zona rural.

Além disso, ficou definido que será realizada uma reunião com o secretário de Educação, Faisal Karan, com data a ser definida. Também será realizada uma solicitação para revogar o decreto que proíbe o uso do transporte escolar em estradas e propriedades particulares, visto que o acesso à educação é um direito de todos.

 

Notícias relacionadas

No fim da tarde desta terça-feira (18), o CPERS Sindicato …

18/02/2025

Na manhã desta segunda-feira (17), a comunidade escolar de Viamão …

17/02/2025