Nós, professores(as) e funcionários(as) de escola da rede estadual do Rio Grande do Sul, pedimos a sua atenção.
Desde o início da pandemia, o CPERS vem afirmando que o retorno presencial, com a flexibilização dos protocolos, sem a implementação de um plano de obras escolares e com a falta de distribuição de EPIs adequados é inseguro.
É importante trazermos outro dado: a maioria das escolas reabriu, mas a adesão das famílias ainda é baixa, justamente pela falta de segurança da comunidade escolar. Na realidade, a média de alunos é de 5 a 8 por turma.
Mesmo dentro deste contexto, os trabalhadores(as) de escola do Rio Grande do Sul estão fazendo a sua parte. Se atualizaram no ensino online, se desdobram para dar conta do ensino híbrido e estão retornando presencialmente para as escolas. No entanto, apesar de afirmarem que a educação é essencial, os governos de todas as esferas implementam constantes ataques ao setor.
Em nível nacional, o presidente Bolsonaro segue sua cartilha de piorar a vida do povo brasileiro e da comunidade escolar: a Reforma do Ensino Médio, a Base Nacional Comum Curricular, a EC 95 do “Teto de Gastos” e a Lei Complementar nº 173, que impede o nosso reajuste em 2020, são exemplos. Atualmente lutamos para barrar a proposta de Reforma Administrativa, que quer privatizar os serviços públicos.
Em nível estadual não é diferente, onde a categoria enfrenta o arrocho salarial e precarização das condições de trabalho. O governo Eduardo Leite (PSDB) não garante benefício algum para educadores e para a escola pública, seja na realização de investimentos em infraestrutura e segurança sanitária ou na valorização salarial da categoria.
Em recente pesquisa realizada pelo CPERS, que contou com a participação de 19,4% das escolas da rede, identificamos que a realidade é bem diferente da vendida pelo governo: 67,3% das pessoas que responderam relatam que suas escolas não receberam os EPIs fornecidos pelo Estado e das que receberam, 85,5% consideram que os equipamentos recebidos não são adequados.
Mesmo com escassos investimentos, o Governo flexibiliza protocolos e coloca a vida da comunidade escolar em risco. As escolas públicas, em sua maioria, também sofrem com necessidades urgentes de obras e melhorias e com a falta de recursos humanos. Das 469 escolas identificadas em nossa pesquisa, há falta de 1.102 profissionais, entre professores, funcionários e especialistas.
Ajude o CPERS a traçar um panorama da realidade da rede estadual. Clique aqui e preencha formulário de mapeamento da situação das escolas estaduais. E se você é sócio(as) do CPERS, participe da Assembleia Geral do Sindicato e mobilize-se em defesa da educação pública, salário digno e respeito. Para participar, o educador(a) associado(a) deve efetuar seu cadastro até às 23h59, do dia 30 de setembro (quinta-feira), basta .
Os educadores(as) gaúchos(as) amargam sete anos de salários congelados, direitos retirados, adicionais reduzidos, descontos e perdas diversas, enquanto Eduardo Leite acaba de anunciar um superávit bilionário. Dinheiro tem, falta priorizar a educação. Não podemos mais esperar!