Alex Saratt (*)
Uma, duas, três Caravanas. Por Reposição Salarial, Da verdade e Pela Democracia. Quase mil escolas visitadas em cerca de 250 municípios, milhares de quilômetros rodados e entrevistas a aproximadamente 300 veículos de imprensa.
Poderíamos ficar horas a fio dissertando sobre a mobilização feita pelas Caravanas do CPERS. Mas, particularmente, interessa falar da mais recente – e com certeza não a última -, onde debatemos a democracia e o papel do Sindicato e da categoria nas escolas, nas ruas e nas urnas.
Recuperamos a verdade histórica: o CPERS foi vanguarda quando, em 1979, protagonizou uma das primeiras greves durante a Ditadura Militar e, junto com outros movimentos, ajudou a pôr fim ao regime de exceção.
Lembramos que as escolas são nosso chão, nelas e delas extraímos a substância política, ética e pedagógica que alimenta a organização, a mobilização e a luta por condições de trabalho, salário, saúde, previdência e ensino-aprendizagem para quem está na ativa ou já fez sua parte no passado: professores, funcionários e aposentados.
Ressaltamos que foi sempre nas ruas, a público, que elevamos nossas bandeiras em defesa da educação, dos educadores, dos educandos e da escola pública. Para além das críticas e denúncias, apontamos também meios e soluções e disputamos ideias, recursos e perspectivas para transformar o sonho em realidade.
Destacamos, num momento de graves crises – econômica, sanitária, política e institucional – a importância e centralidade da luta eleitoral. Examinando projetos, programas e candidaturas aos governos e parlamentos, mostramos as diferenças entre os projetos postos, comparando históricos e experiências, discursos e práticas e apontando a necessidade de eleger representantes que estejam comprometidos com a agenda dos trabalhadores e trabalhadoras em educação.
Revogar o entulho golpista, privatista e autoritário, que retirou direitos, precarizou o trabalho e arrochou salários, impediu o desenvolvimento, o bem-estar e a inclusão social e compromete o presente e futuro do povo e da nação, passa irremediavelmente pelas urnas, no dia 2 de outubro.
Para a condução do país, é imprescindível uma mudança profunda na eleição da presidência da República. Torna-se urgente elegermos um chefe de Nação que respeite a vida, a verdade e o conhecimento – elementos indissociáveis da educação e da ciência.
O mesmo vale para a governança do Rio Grande do Sul: o atual projeto massacrou os educadores e prejudicou estudantes. O oponente mais próximo do atual governo nas pesquisas eleitorais foi conivente com a aprovação de medidas que atacaram de forma brutal a educação e a nossa categoria.
É preciso vislumbrar outras candidaturas que expressem o compromisso com aquilo que o CPERS sempre defendeu e seguirá lutando: os direitos históricos dos educadores(as) e uma educação pública de qualidade para todos e todas.
E não nos esqueçamos dos parlamentos! As bancadas na Assembleia Legislativa e nas duas casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) devem sofrer uma renovação não só de nomes, mas de projetos. Eleger uma bancada de trabalhadores da educação é a única forma de construir um novo tempo – de esperança, melhoria e humanidade.
Seguem as lutas e mobilizações, segue o CPERS, tal como em seu hino, a “reivindicar verbas mais justas para o ensino e a categoria”, a “exigir nossos direitos” e a “ensinar democracia”. Por eleições livres, democráticas e pela mudança, unidos na luta!
(*) Professor de História e presidente em exercício do CPERS