O 24º Núcleo do CPERS recebeu nesta terça-feira (14) a Caravana em Defesa da Escola Pública e Contra o Desmonte do Estado. Mais de 30 escolas em sete cidades foram visitadas, 20 apenas em Pelotas. Esta é a quinta semana da jornada de diálogo com a base sobre os ataques à educação e a importância do período eleitoral para mudar o quadro de massacre da categoria.
Organizados em grupos, integrantes da direção central, direção dos núcleos e educadores(as) que acompanham voluntariamente a caravana reúnem-se com centenas de professores(as) e funcionários(as) nas instituições de ensino. “Quatro inserções de 30 segundos na RBS custam R$ 280 mil e ainda tem censura de conteúdo. Prefiro usar os recursos do Sindicato para cruzar o estado falando o que precisa ser dito”, explica a presidente Helenir Aguiar Schürer.
O que precisa ser dito passa pelos riscos trazidos pela Reforma do Ensino Médio e pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A reestruturação, organizada por grandes empresas e sem consulta às comunidades escolares, representará a demissão em massa de trabalhadores em educação e o fim do acesso à Universidade para estudantes da escola pública.
“Não é justo que nossos alunos só tomem conhecimento das consequências da reforma quando ela entrar em vigor.E não é justo que carreguemos sozinhos este fardo. Precisamos trazer pais e estudantes para o debate”, afirma Helenir.
Oportunidade de mudança
A transformação da escola pública em um celeiro de trabalhadores precarizados introduz o tema do período eleitoral, compreendido como essencial para derrotar os projetos em vigor no estado e no país. Para Mauro Amaral, diretor geral do 24º Núcleo, não se trata de direcionar votos, mas deixar claro para a categoria o que é prioridade para cada modelo de gestão pública.
“Quando temos um governo que prega Estado mínimo, a gente luta para não perder direitos. Quando elegemos outro projeto, lutamos igual, mas há espaço para avançar e conquistar”, exemplifica.
Além da rodada de visitações às escolas, a sede do 24º Núcleo sediou uma reunião com diretores(as) no fim da tarde. Em pauta, as crescentes dificuldades do trabalho de quem está à frente das instituições e a resolução que coloca o cartão corporativo sob responsabilidade dos CPMs, ameaçando a transparência e reduzindo a autonomia do corpo diretivo.
Para a diretora Elisa Milach, da escola estadual Santa Rita, a intenção do governo é tornar indesejável o cargo de direção para facilitar a terceirização dos postos. “Cada vez exigem mais de nós, com prazos curtos e que determinam a liberação ou não de verbas. É uma irresponsabilidade colocarem na mão de servidores sem treinamento ou assessoria financeira tarefas como processos licitatórios e exigências contábeis”, coloca.
A Caravana segue na estrada. O roteiro da semana inclui os núcleos de Bagé nesta quarta-feira e Camaquã, na quinta.
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