Às vésperas da implantação de mudanças curriculares, Seduc ainda não supriu falta de educadores nas escolas


Anunciada aos atropelos e sem debate com a comunidade escolar, a nova organização curricular do Ensino Fundamental e do Ensino Médio nas escolas estaduais, que deveria entrar em vigor já na próxima segunda-feira (23), parece fadada ao fracasso.

Para dar conta do aumento da carga horária nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, seria necessária a contratação de 4 mil professores(as). Mas as CREs já informam, em reunião com as escolas, que a procura foi muito aquém do esperado.

Em algumas regiões, direções foram orientadas a manter a matriz atual devido à carência de quadros. Até o momento, não há anúncio oficial da Seduc sobre as contratações efetuadas e a respeito da efetiva implementação das alterações.

Publicada no dia 6 de agosto no Diário Oficial do Estado, a portaria nº 163/2021 estabeleceu mudanças que também incluem a diminuição da hora-aula de 60 para 50 minutos.

Em reunião com o CPERS dia 10 de agosto, a secretária Raquel Teixeira garantiu que a diminuição não resultará na sobra de professores(as) de outros componentes curriculares.

O CPERS compreende que, em razão das dificuldades durante a pandemia, há necessidade de reforço para suprir as carências de aprendizado. Mas a mudança em meio ao ano letivo, sem a devida organização, sobrecarrega equipes pedagógicas e atrapalha a organização escolar.

Em tempos normais, a falta de quadros é uma constante nas escolas, denunciada todos os anos pelo Sindicato. Com a reorganização curricular, o problema ganha novas dimensões.

Para o bem da educação, faz-se necessário que o governo informe com clareza a real situação de recursos humanos e se haverá, de fato, a implantação do currículo no prazo proposto.

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