Mais uma vez os professores estaduais se encontram em greve. Deflagrada na última sexta-feira, dia 13 de maio, tendo seu início marcado para o dia 16, não surpreendeu os gaúchos. Destacam-se, neste movimento, as motivações para tal paralisação que, indiscutivelmente é prejudicial aos alunos, à sociedade e aos próprios docentes.
Os professores apresentam na sua pauta, reivindicações históricas. Algumas que se destacam pelo absurdo: trabalhadores querem ganhar aquilo que a lei determina. Professores querem receber seus salários no dia certo e de forma integral. Não fosse verdade pareceria piada. Pode alguém trabalhar e receber menos daquilo que é definido em Lei? Pode alguém trabalhar e não receber em dia e de forma integral? Acrescente-se a isso o fato de que o pagador (devedor) é o próprio Estado que tem por obrigação observar as leis.
Temos também as questões relativas às condições das escolas. Fisicamente deterioradas, carentes de infraestrutura e de equipamentos escolares adequados ao momento histórico de desenvolvimento tecnológico. Carentes igualmente de recursos humanos e de mecanismos permanentes de formação continuada de seus professores.
O que assistimos não é um retrocesso, é a resistência de todos os governos, ao longo da história, em tornar real a bandeira de que efetivamente a educação é central para a superação desta e de todas as crises. Os constantes discursos da primazia da educação, os inúmeros exemplos de países que superaram seu subdesenvolvimento investindo maciçamente em educação, parecem não encontrar guarida junto àqueles que têm a responsabilidade com o investimento neste direito. A educação constitui-se em insumo capaz de impulsionar a sociedade a desenvolver-se e emancipar os seus cidadãos.
Não basta mais garantir em Lei, não se mostra suficiente aprovar um Plano Nacional de Educação. Torna-se necessário que a sociedade tome para si a tarefa de defender a educação como patrimônio seu. Cabe ao Governo do Estado, de forma ágil, criar os espaços de negociação com os professores, de forma pública e transparente, apontando como pretende resolver a crise. O que é prioridade para a sociedade tem que ser prioridade para o governante.
A Diretoria da ADUFRGS-Sindical (Sindicato Intermunicipal dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior do Rio Grande do Sul) é solidária à luta dos colegas professores da Rede Estadual de Ensino e se coloca à disposição para auxiliá-los nesta empreitada ao mesmo tempo em que apela ao Senhor Governador do Estado para que tenha presteza no atendimento dos justos pleitos apresentados pelos docentes.