“Estamos vivendo em uma situação à beira da miserabilidade. Além de sete anos sem aumento, voltamos a pagar a previdência. É muita crueldade”, lamentou a professora aposentada Maria Aparecida Jacques Leão, uma das centenas de educadores(as) que deram início, na manhã de hoje, à vigília do CPERS por reposição linear de 32% para toda a categoria.
O projeto do governo Eduardo Leite (PSDB) para o reajuste do piso salarial profissional do magistério (PL 478/21) não contempla as reivindicações do Sindicato. O valor integral do acréscimo chegará a míseros 14,7% dos educadores(as), mais de 24 mil funcionários(as) de escola e quase dez mil educadores(as) aposentados sem paridade não serão contemplados.
Hoje, o Ministério da Educação (MEC) divulgou o valor do piso nacional do magistério para 2022, que será de R$ 3.845,34, com crescimento de 33,23% frente ao valor de 2020. Trata-se do reajuste do índice nacional.
“Com este novo fato, fica ainda mais perversa a matemática imoral de Eduardo Leite, que não está garantindo o índice oficial de reajuste do Piso Nacional do Magistério, de 33,23%, para nenhum educador estadual”, ressaltou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
“Não aceitamos que funcionários e aposentados, sem paridade, fiquem sem reajuste. Assim como não admitimos que o governo absorva a parcela de irredutibilidade no subsídio, fazendo com que o reajuste seja pago do nosso próprio bolso”, salientou Helenir.
Concomitante ao ato realizado às portas do Palácio Piratini, grupos de educadores(as) estiveram nos gabinetes dos deputados(as), na Assembleia Legislativa, expondo a importância de votarem a favor do acréscimo salarial para todos trabalhadores(as) da educação.
Foi entregue aos deputados ofício com análise e dados do Dieese que deixa claro que há condições do Executivo pagar o reajuste para toda a categoria. “Ainda há disponível R$ 675 milhões do Fundeb. O governo tem dinheiro sim para estender o reajuste aos funcionários de escola e aos aposentados sem paridade. Além do superávit recorde de R$ 4,6 bilhões.”, frisou Helenir.
“Não é possível que após sete anos sem nem um centavo de reajuste, o governo ofereça uma proposta que não contempla as nossas perdas, deixa muitos educadores de fora e outros pagando o reajuste com o próprio salário”, enfatizou o primeiro vice-presidente do CPERS, Alex Saratt.
A diretora do Departamentos dos Aposentados do CPERS, Glaci Weber, classificou como desumana a proposta apresentada pelo governo. “Já nos penalizam com a reforma da previdência, liquidaram com o nosso plano de carreira e agora propõem um reajuste que não contempla os aposentados sem paridade e dá um valor irrisório aos demais”, indignou-se.
“Este governo é o único que não reconhece os funcionários de escola como educadores. Com um salário base de R$ 620,75 é inadmissível que não sejam contemplados com o reajuste”, expôs a diretora do departamento dos funcionários de escola do Sindicato, Juçara Borges.
Pressão nas ruas e nas redes
A vigília dos educadores(as) segue firme nesta quarta-feira (22), quando deve entrar em votação a proposta do governo para o reajuste do piso da categoria. O CPERS convoca todos os educadores(as) a se somarem à resistência na praça da Matriz, a partir das 9h.
A pressão aos deputados(as) deve seguir forte para que votem a favor da educação. Mais do que nunca, a participação de cada um e de cada uma é fundamental.
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