“Ninguém vai para a rua fazer a resistência se não compreender as razões da luta”, com esta frase, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, sintetizou a importância da categoria participar das plenárias que estão percorrendo os 42 Núcleos do Sindicato desde o dia 27 de fevereiro. Hoje foi a vez dos(as) educadores(as) dos Núcleos de Cruz Alta (11º), São Gabriel (41º) e Erechim (15º) receberem a comitiva da direção central..
A intenção é aprofundar as informações sobre os riscos oferecidos pela reforma da previdência e subsidiar a categoria para a necessária luta pela urgente reposição das perdas salariais. O foco principal da ação é respaldar os(as) professores(as) e funcionários(as) de escola para deliberarem sobre a pauta de reivindicações, a ser discutida e aprovada na Assembleia Geral e Popular, que será realizada no dia 12 de abril, às 13h, na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre.
Nos três núcleos que receberam as plenárias nesta quinta, o debate iniciou com explicações sobre as mudanças que ocorrerão caso a reforma da previdência pretendida pelo governo Bolsonaro seja aprovada.
A explanação é feita pela equipe de advogados da assessoria jurídica do CPERS, representada pelo escritório Buchabqui e Pinheiro Machado. Em São Gabriel, o advogado Dejair Aires Eugênio, detalhou as consequências da reforma. “Para mulheres e professoras a reforma é ainda mais brutal. Outro detalhe importante é que esta reforma também acaba com a aposentadoria especial do magistério”, avaliou.
Após as explicações, o público teve a oportunidade de esclarecer suas dúvidas. Nos casos em que os questionamentos diziam respeito à situação específica do(a) educador(a), a orientação foi a de que o esclarecimento seja feito durante a agenda do jurídico nos núcleos do Sindicato.
O diálogo com a base segue até o dia 5 de abril. Clique para conferir as datas das próximas plenárias.
Reposição salarial e recuperação das perdas
A situação de miserabilidade e adoecimento da categoria, devido ao desrespeito do governo aos direitos básicos como salário e 13º pagos em dia e de forma integral e estruturas adequadas para condições de trabalho dignas, foram abordadas pela presidente do Sindicato, Helenir Aguiar Schürer.
Helenir destacou o estudo feito pelo Dieese que demonstra o cruel cenário de desvalorização e desrespeito imposto aos(as) educadores(as). Entre os pontos observados estão a perda de ¼ do poder aquisitivo dos(as) professores(as) e funcionários(as) de escola que não recebem o completivo do Piso, os mais de quatro anos sem reajuste ou reposição da inflação, o congelamento das progressões de carreira e o reajuste de 102,9% no salário base.
O Rio Grande do Sul é a quarta economia do país e o que tem o segundo pior salário de ingresso para professores. O Maranhão é a 17ª economia do país e está em primeiro lugar no ranking de salário de ingresso para os(as) educadores(as). “O governo gaúcho aumentou o ICMS em 2015 com a justificativa de pagar os nossos salários e até agora nada. Dá para acreditar que não tem dinheiro para pagar os nossos salários em dia? É claro que não. Por isso, discutam nas assembléias regionais qual o foco da nossa pauta salarial. Decidiremos juntos, na Assembleia do dia 12, qual a pauta de reivindicação que levaremos ao governo”, destacou Helenir.