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O 21º Núcleo do CPERS recebeu nesta terça-feira (4) a Caravana em Defesa da Escola Pública e Contra o Desmonte do Estado. Cerca de 40 educadores(as) da direção central e de todo o estado percorreram as escolas de Uruguaiana e Barra do Quaraí para dialogar com a base e discutir a conjuntura política. À tarde, uma plenária reuniu centenas de estudantes, pais, professores(as) e funcionários(as) do IEE Elisa Ferrari Valls para uma roda de conversa sobre a Reforma do Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O objetivo é provocar reflexões sobre a importância do período eleitoral diante das perspectivas nefastas para a educação pública, ameaçada pela terceirização e privatização, e para os(as) educadores(as), sem reajuste há quatro anos e massacrados pela lógica do Estado mínimo. “O atual governo está promovendo o maior empobrecimento da história da nossa categoria. Não estamos dizendo em quem votar, mas precisamos eleger um governo que nos respeite como seres humanos e valorize como profissionais, disposto a ouvir e dialogar com o Sindicato”, explica a diretora Sonia Solange.
Na plenária, foram discutidos os prejuízos trazidos pela BNCC e a Reforma do Ensino Médio, que serão implementadas em estágio piloto já em 2019. As mudanças, construídas sem debate com a sociedade e patrocinadas por instituições privadas de ensino, fundações, multinacionais do ramo dos livros didáticos e movimentos conservadores, colocam em xeque o futuro da escola pública. Com a obrigatoriedade de apenas três disciplinas (matemática, inglês e português) e 40% das aulas na modalidade à distância, estudantes da rede pública não terão condições de disputar o Ensino Superior e haverá demissões em massa de educadores(as).
“É possível fazer uma boa reforma sem gastar dinheiro? Querem rebaixar a formação de vocês e baratear os professores reduzindo a demanda. Com o congelamento do orçamento federal, mesmo quem conseguir entrar na universidade não terá acesso a bolsas de pesquisas. Todas essas medidas fazem parte do mesmo projeto”, avalia o diretor Daniel Damiani.
Mais do que informar, a ordem do dia é mobilizar e somar forças à resistência. “Nenhuma batalha é vencida se a gente não está na luta. O Sindicato precisa dos educadores organizados e conscientes. Pais, vamos defender a escola dos nossos filhos, é aqui que estudam os trabalhadores desse país. Precisamos unir toda a comunidade escolar em defesa da Escola pública”, destaca a 1º vice-presidente do CPERS, Solange Carvalho.
A secretária-geral Candida Rossetto reforçou o chamado à união: “a maior parte dos educadores dessa caravana estão aposentados, são pessoas que poderiam estar em casa descansando. Mas estamos aqui hoje porque sabemos da nossa tarefa histórica neste momento. E vocês, juventude, também têm a tarefa de semear uma sociedade melhor, mais justa, igualitária e fraterna, que dê vez e voz a todos e a todas.”
A Caravana continua na estrada: Alegrete nesta quarta-feira (5) e São Gabriel na quinta (6). Confira o itinerário completo.