A negligência do governo Bolsonaro coloca o Brasil como o segundo país em número de vítimas da Covid-19, que se aproxima de 230 mil mortes. Enquanto o restante do mundo avança na vacinação, o país sequer tem doses suficientes para imunizar o grupo prioritário da primeira fase. A indiferença do governo federal, unida à inércia de Eduardo Leite agravam seriamente o avanço da pandemia no estado.
Enquanto outros países progridem no combate à Covid-19 com regras rígidas de distanciamento social e, principalmente, empenhando esforços para vacinar toda a população, no Brasil a vacinação é extremamente lenta. Até o último dia 4 foram vacinados apenas 2.496.159 milhões de pessoas, o que equivale a 1,18% da população.
Com estoque baixíssimo de vacinas, apenas 10 milhões de doses para todo o país, a imunização não contempla sequer todo o grupo prioritário da primeira fase de vacinação.
Neste ritmo, seriam necessários mais quatro anos para vacinar todos os brasileiros, conforme estimativa baseada no painel MonitoraCovid-19, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
O descaso e a desorganização do Ministério da Saúde, sob o comando do ministro Pazuello, trazem consequências catastróficas. Tornou-se tragicamente rotineiro o registro de mais de mil mortos por dia no país.
Apesar do Brasil ostentar um dos programas mais ambiciosos de vacinação, o negacionismo e a ação irresponsável de Bolsonaro faz do país um exemplo negativo.
Educadores na linha de frente: vacinação já
Só na educação básica o Brasil conta com 2,1 milhões de professores.
Em aulas presenciais ou em plantões nas escolas, inúmeras vezes sem estrutura adequada e EPIs, os educadores estão totalmente expostos à contaminação pelo novo coronavírus.
No entanto, não se vê esforços para que os trabalhadores da educação sejam incluídos nos primeiros grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI).
O Ministério da Educação (MEC), ao invés de encabeçar uma força tarefa para que todos os estados priorizem professores e funcionários de escola, segue indiferente.
Eduardo Leite, apesar de sinalizar boas intenções, não apresentou respostas concretas. Mesmo com a doença fora de controle e a cepa de Manaus ameaçando chegar por aqui, insiste nas aulas presenciais e estuda a absurda proposta do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe) para tornar obrigatório o retorno às salas de aula.
Mesmo ciente da escassez das vacinas para o povo gaúcho, não toma nenhuma iniciativa para poupar vidas.
Alternativas existem. O que falta é boa vontade. Nessa semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu mudar as regras atuais para receber pedidos de uso emergencial de outras vacinas contra a Covid-19, o que pode facilitar a compra da vacina Russa, a Sputnik V.
Enquanto isso, a secretaria da saúde da Bahia já anunciou que estão previstas para o estado cerca de 500 mil doses da vacina Sputinik V, até abril deste ano.
CPERS cobra imunização
O CPERS já -se com representantes da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) para exigir prioridade na imunização dos educadores. O governo ainda não deu nenhuma previsão de em qual grupo os educadores(as) serão incluídos ou a data em que receberão a vacina.
Por que as crianças ainda não serão vacinadas
Com a proximidade do início do ano letivo, cresce a preocupação de pais e mães com a segurança e proteção das crianças em relação a pandemia. A dúvida persistente é se este público será vacinado contra a Covid-19.
Conforme o Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), neste primeiro momento crianças não serão vacinadas, pois no Brasil ainda não existem estudos clínicos conclusivos que contemplem a população infantil.
As duas vacinas já autorizadas para uso nacional, CoronaVac e de Oxford, foram liberadas pela Anvisa apenas para maiores de idade pelo fato de que os ensaios clínicos realizados até agora não contemplaram as faixas mais jovens.
Até o momento, o Instituto Butantan (responsável pela CoronaVac no Brasil) comunicou apenas que os menores de 18 anos serão incluídos nas “fases futuras” dos testes.