No penúltimo dia de sua Caravana pelo Rio Grande do Sul, o CPERS visitou, nesta quinta-feira (3), escolas das regiões de Passo Fundo (7° Núcleo), Montenegro (5° Núcleo) e Porto Alegre (38° Núcleo). O objetivo da iniciativa é ouvir, dialogar e mobilizar a categoria para a Assembleia Geral do dia 11 de abril, além de denunciar as condições precárias das escolas estaduais.
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Durante as visitas, os representantes da Direção Central e Regional do Sindicato percorreram 26 instituições estaduais de ensino, constatando problemas como falta de educadoras(es), sobrecarga de trabalho, infraestrutura comprometida e condições insalubres para estudantes e trabalhadoras(es).
A presidente do Sindicato, Rosane Zan, alertou sobre a necessidade de fortalecer a luta pela educação pública: “A guerra é contra aquele que nos ataca. A luta não se faz só da Direção Estadual do CPERS, nem dos 42 núcleos. A luta se faz com toda a categoria”.
Já o 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, avaliou positivamente a Caravana: “Estamos quase encerrando essa jornada e temos um retorno muito positivo de professores, funcionários e aposentados. Acreditamos que nossa Assembleia do dia 11 será um marco importante para estabelecermos uma pauta de mobilização e luta, visando conquistas para a educação em 2025”.
Passo Fundo: sobrecarga de trabalho e infraestrutura precária
No Instituto Estadual Cecy Leite Costa, docentes e alunas(os) enfrentam dificuldades com a retirada do contraturno, que resultou na reestruturação da carga horária para seis períodos diários de 50 minutos. O aumento da carga de trabalho tem levado ao adoecimento das(os) educadoras(es), ao crescimento dos casos de burnout e à desistência de profissionais da educação. Alunas(os) também relatam cansaço e desmotivação, contribuindo para o aumento da evasão escolar.
“Nós exigimos que o governo do Estado reconheça a categoria e que faça uma revisão geral dos salários. Não é mais possível que o governo continue a retirar os direitos dos professores e funcionários, da ativa e aposentados”, destacou Celso Dalberto, diretor do CPERS, que acompanhou o roteiro na região.
Na EEEF Adalirio Lima Siqueira, uma instituição de ensino indígena, o prédio construído pela comunidade corre risco de desabamento. Sem estrutura adequada, as(os) alunas(os) assistem às aulas em barracos de lona sem iluminação.
Apesar da destinação de R$ 60 mil pela Coordenadoria Regional de Educação (CRE), os recursos não podem ser utilizados para a reconstrução do prédio.
Outra situação preocupante foi encontrada na EEEF Anna Willig, onde um muro com risco de desabamento coloca em perigo a segurança da comunidade escolar e de pedestres: “Esse muro fica na parte da frente da escola, onde as crianças aguardam o sinal de entrada. Essas crianças, e até mesmo quem estiver passando pelo local, todos ali estão com a integridade física em risco”, alerta Sandra Santos, diretora do CPERS.
As diretoras do CPERS, Juçara Borges e Vera Lessês, também acompanharam este roteiro representando a Direção Central. Pela direção do Núcleo, participaram: Elica Cavalheiro (diretora-geral), Lucia Rosemari Trindade (vice-Diretora), Rosa Maria Kuns (diretora), Orlando Marcelinho Filho (1/1000), Marilei Mesquita (1/1000), Norma Machado (1/1000) e Marcia de Medeiros (conselheira 1/1000).
Porto Alegre: falta de funcionários e condições insalubres
Na capital, a EEEM Antão de Faria opera com apenas três funcionárias(os) na limpeza, enquanto o ideal seria um quadro de cinco profissionais para atender as(os) quase 600 alunas(os) matriculadas(os).
Na EEEF Professora Lea Rosa Cecchini Brum, a proximidade com uma área de ocupação sem saneamento básico gera um ambiente insalubre. Além disso, um muro que separa a escola da ocupação está visivelmente torto e em risco de desabamento.
Dentre as escolas visitadas nesta quinta (3), na capital, quatro estão na lista do projeto de Parcerias Público-Privadas (PPPs) do governo Leite (PSDB), um dos pontos que o Sindicato vem denunciando nesta Caravana.
“Nossas escolas ficarão 25 anos nas mãos de empresas privadas, que podem ser brasileiras ou estrangeiras. Quem vai fiscalizar essas empresas? Se hoje já não há controle sobre as empresas que administram as terceirizações, como vão fiscalizar essas empresas das PPPs?”, questiona o 2° vice-presidente do CPERS, Edson Garcia.
“As duas escolas que visitei estão na lista das PPPs e os colegas estão dispostos a organizar com a comunidade escolar e o Sindicato a resistência. São boas as estruturas, mas existe a falta de funcionários e pessoas nos setores”, reforça Vivian Zamboni, diretora do CPERS, que visitou as escolas Danilo Antônio Zaffari e Oswaldo Vergara.
O 38° Núcleo do CPERS (Porto Alegre – ZN) encerrou seu roteiro com uma plenária destinada às(aos) funcionárias(os) de escola, que tratou sobre o Adicional de Penosidade e os descontos nos contracheques.
Relatos dolorosos a respeito da miserabilidade em que vivem as(os) trabalhadoras(es) marcaram o encontro, que aconteceu na sede do Sindicato, na capital.
O diretor do CPERS, Amauri Pereira da Rosa, também acompanhou o roteiro representando a Direção Central. Pelo Núcleo, Terezinha Bulle da Silva (diretora-geral), Marivete Morais de Melo (vice-diretora) e Goretti Grossi (diretora), acompanharam as atividades do dia.
Montenegro: falta de professores compromete ensino
A passagem da Caravana pela região do 5° Núcleo revelou a deficiência no quadro de educadoras(es).
No CE A.J. Renner, faltam docentes de química, espanhol e língua portuguesa. A EEEF Álvaro de Moraes enfrenta a escassez de professoras(es) de ciências, língua portuguesa e supervisão, além da carência de uma funcionária de serviços gerais. Situação semelhante ocorre na EEEM Jacob Hoff, em Harmonia, que sofre com a falta de professoras(es) de português, educação física e artes, além da ausência de um funcionário da manutenção.
Acompanharam o roteiro na região o 1° vice-presidente do Sindicato, Alex Saratt, e as diretoras Sandra Silveira e Sandra Régio, além da diretora-geral do Núcleo, Elisabete de Vargas Pereira, e Simone Garcia Nunes, vice-diretora regional.
Nesta sexta-feira (4), o CPERS encerra a agenda de visitas nas regiões de Taquara (32° Núcleo), Canoas (20° Núcleo) e Guaporé (3° Núcleo).
>> Confira a lista de escolas visitadas nesta quinta-feira (3):
>> Passo Fundo (7° Núcleo):
EEEM Ernesto Tocchetto (Passo Fundo)
CE Irmã Maria Margarida (Passo Fundo)
EEEF Jeronimo Coelho (Passo Fundo)
EEEM Profa Lucille Fragoso de Albuquerque (Passo Fundo)
EEEM Adelino Pereira Simões (Passo Fundo)
EEIEF Adalirio Lima Siqueira – Aldeia indígena Goj (Passo Fundo)
EEEF Anna Willig (Passo Fundo)
CE Joaquim Fagundes dos Reis (Passo Fundo)
EEEM Protásio Alves (Passo Fundo)
EEEB Nicolau de Araújo Vergueiro (Passo Fundo)
IE Cecy Leite Costa (Passo Fundo)
EEEF Wolmar Antonio Salton (Passo Fundo)
EEEF Gervásio Lucas Annes (Passo Fundo)
>> Montenegro (5° Núcleo):
CE A.J Renner
EEEF Januário Corrêa
EEEF Manoel de Souza Moraes
EEEF Álvaro de Moraes
EEEF Tanac
CE Dr. Paulo Ribeiro Campos
EEEF Junto ao Núcleo Habit
EEEF Yara Ferraz Gaia
EEEF Dr Jorge Guilherme Moojen
CE Ivo Buhler- CIEP
EET São João Batista
EEEM Jacob Hoff (Harmonia)
>> Porto Alegre (38° Núcleo):
EEEF Danilo Antônio Zaffari
EEEF Oswaldo Vergara
IE General Flores da Cunha
EEEM Antão de Faria
EEEF Professora Lea Rosa Cecchini Brum
IE Rio Branco
>> Confira mais fotos das visitas:
>> Montenegro (5° Núcleo):
>> Porto Alegre (38° Núcleo):
>> Passo Fundo (7° Núcleo):