Encontro mobiliza funcionários de escola de Palmeira das Missões, Frederico Westphalen e Carazinho


Valorização profissional, reconhecimento, defesa dos direitos, união e mobilização para a luta.

Cerca de 200 educadores(as) reuniram-se em Palmeira das Missões no Encontro Regional dos Funcionários(as) de Escola, na última quarta (4). O evento mobilizou educadores(as) das cidades de abrangência do núcleo, bem como das regiões de Frederico Westphalen e Carazinho.

O encontro é o último da etapa regional iniciada em 2019, e precede o Encontro Estadual de Funcionários(as) a ser realizado na próxima semana, em Bento.

Jane da Silva, merendeira da escola Presidente João Goulart, de Palmeira das Missões, é sócia do CPERS desde 1997 e participa do Encontro há anos.

Para ela, a atividade, além de fortalecer a importância dos funcionários(as) para a educação pública, é um instrumento de luta e reencontro com os colegas. “É muito importante estarmos aqui, porque tiramos dúvidas, ficamos atualizados sobre os nossos direitos e nos sentimos valorizados”.

O Encontro não apenas destaca a identidade dos funcionários(as) como educadores(as) de fato, mas também debate caminhos para a profissionalização e resgata a história de lutas de quem atua para garantir o bom funcionamento das escolas.

Foi o que pontuou a diretora do departamento dos Funcionários(as) de Escola, Sônia Solange. Na ocasião, ela apresentou as fases de conquistas, os desafios da formação e a valorização profissional destes trabalhadores(as).

“O nosso trabalho é essencial para o ensino público. É necessário que sejamos reconhecidos pelos nossos pares. Mas, antes disso, esse reconhecimento tem que vir de nós mesmos”, destacou.

Antes, os diretores de Palmeira das Missões, Joel Oliveira, Frederico Westphalen, Maria Cleni, e Carazinho, Sônia Maria Petry, deram as boas-vindas aos participantes e ressaltaram a importância do papel destes educadores(as) na luta pela educação e contra os ataques do governo.

Joel disse que funcionários(as) foram preponderantes para minimizar os danos do pacote de Eduardo Leite  à categoria. “Fomos protagonistas de uma luta muito desigual e, mesmo com todas as dificuldades, não vamos esmorecer. Tudo passa e quem permanece em pé somos nós. É importante nos organizarmos para fazermos os próximos enfrentamentos”.

Massacre ao ensino público

Além de dar continuidade à política de parcelamento e atraso de salários, completando – em fevereiro – 51 meses, o governador tem privatizado escolas e fechado turnos e turmas.

O corte de ponto de educadores(as) grevistas agravou o quadro já dramático da categoria.

“Durante todos os meus anos de luta, esse é um dos momentos mais difíceis que passamos na conjuntura atual. Educação de qualidade se faz com investimento em escola pública, na valorização dos profissionais, e não o que o governo está fazendo, um massacre total ao ensino”, asseverou a secretária-geral, Candida Beatriz Rossetto.

Outros setores também sofrem com a política de morte empregada pelo Estado. É o caso do IPE-Saúde, que passa por problemas como o atraso nos  repasses e defasagem das tabelas de honorários médicos e diárias hospitalares.

A diretora do Departamento da Saúde do Trabalhador, Vera Lêsses, afirmou que “apesar de todas as dificuldades, o IPE-Saúde procura prestar o melhor atendimento possível aos seus assegurados e dependentes”. Vera destacou ainda que o CPERS tem participado de audiências e cobrado melhorias nos atendimentos da instituição.

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A força da categoria

No início da tarde, o advogado Marcelo Fagundes, da assessoria jurídica do CPERS, explanou sobre as mudanças na vida funcional dos educadores(as) após a aprovação do pacote de Eduardo Leite.

Marcelo fez esclarecimentos sobre os principais pontos relacionados aos projetos aprovados em dezembro e janeiro. Regras de transição e para aposentadoria, corte no ponto, difícil acesso e mudança de níveis foram alguns dos temas abordados.

O advogado frisou que, graças à incansável luta da categoria, foi possível amenizar o impacto sobre os educadores(as) e demais servidores(as). “Eduardo Leite não ia mudar o que estava no texto. Ele só mudou porque fizemos uma grande mobilização e pressionamos os deputados para diminuir os danos”.

O CPERS disponibilizou, em PDF, uma análise preliminar das alterações na vida funcional e na carreira. O documento sintetiza as principais mudanças para funcionários(as), professores(as) e especialistas na ativa e aposentados. Clique aqui para baixar.

Os presentes também foram informados que a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn), ajuizada pelo CPERS e outras entidades contra as mudanças na Previdência, e o processo de corte no ponto devem ser despachados nos próximos dias.

 

 

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