Mais de 10 mil educadores decidiram, na manhã desta sexta-feira (29), em Assembleia histórica no Gigantinho, em Porto Alegre, manter a Greve da categoria. A paralisação de professores e funcionários de escola já está no 25º dia e não para de crescer em todo o Estado. A decisão teve o apoio de centenas de estudantes, pais e comunidade escolar que participaram da Assembleia, levando solidariedade a justa luta dos educadores.
A abertura da Assembleia contou com a apresentação dos estudantes da escola da comunidade indígena de Viamão. “Estamos aqui para dizer que todos temos direito a uma educação de qualidade e os nossos professores merecem respeito. Uma sociedade não é nada sem educação”, afirmou Vera Guyra, líder da aldeia.
Ao iniciar a Assembleia, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, destacou que a forte Greve foi construída na base da categoria e que será mantida, acima de tudo, pela dignidade dos educadores. “Fizemos o governo sair da sua zona de conforto. Mas, na audiência, nos apresentaram um documento que deixou claro que nem leram a nossa pauta. E, no final, em negrito e sublinhado, ainda colocaram que deveríamos voltar as escolas. Nós fomos bem claros, queremos o pagamento dos nossos salários, integralmente, no último dia do mês trabalhado. Queremos o pagamento dos juros, mas não os de poupança. Já ganhamos uma ação coletiva para recebermos os juros com a correção monetária e vamos cobrar. A cada dia que passa, o governo aprofunda a possibilidade de não terminarmos o ano letivo”, afirmou.
Helenir destacou ainda que a categoria está atenta e não se deixará enganar. “O governo acabou com o parcelamento, mas iniciou o atraso dos salários. Continuaremos firmes, continuaremos fortes. Ou é salário pago em dia ou a greve continua. Não abriremos mão dos nossos direitos!”, afirmou.
Na próxima semana, o CPERS coloca sua Caravana na estrada para visitar escolas e aumentar, ainda mais, a adesão à Greve.
Mais de 40 mil no Ato Unificado dos servidores públicos
Logo após a Assembleia, os educadores seguiram em caminhada até o Largo Glênio Peres. Um mar de bandeiras amarelas pelas ruas da capital dava a dimensão da força da categoria.
No decorrer de todo o trajeto, a população demonstrava seu apoio aos professores e funcionários de escola, através de aplausos, acenos, abraços, chuva de papel picado e palavras de incentivo.
No Largo Glênio Peres, os educadores uniram-se as demais categorias que integram o Movimento Unificado dos Servidores – MUS, somando mais de 40 mil representantes do funcionalismo público gaúcho.
Do local, o funcionalismo gaúcho marchou até a Praça da Matriz e em frente ao Palácio Piratini, que estava cercado pelo Batalhão de Choque da Brigada, afirmou a resistência de todas as categorias até que os direitos dos servidores e da população gaúcha sejam respeitados.