Educadores de Santa Rosa participam de curso de Formação Política e Sindical do CPERS


Na segunda edição do Curso de Formação Política e Sindical do CPERS, professores(as) e funcionários(as) de escolas estaduais de Santa Rosa debatem temas referentes à vida sindical, trocam experiências e tornam-se multiplicadores do sindicato nas escolas em que atuam.

Durante seis encontros, realizados às sextas-feiras dos meses de agosto e setembro, no Instituto Estadual de Educação Visconde de Cairu, os educadores(as) são apresentados à práticas de transformação social que auxiliam no desenvolvimento de uma consciência crítica de classe.

Até o momento, já foram realizados quatro encontros no município. O primeiro abordou o tema “Novos rumos da educação no país” e contou com a presença da professora Lúcia Camini, pedagoga e Doutora em Educação pela UFRGS. Lucia foi presidente do CPERS de 1996 a 1998, secretaria de Educação do Governo Olívio Dutra e, atualmente, é Conselheira do Conselho Estadual de Educação representando o CPERS.

No encontro seguinte, os educadores(as) debateram a “Psicogênese da Empatia: educação, autoconhecimento e reconhecimento do outro”, com o professor e Doutor em Educação pela Unisc, Raul Maia Andrade Neves. O professor é representante sindical do Sindicato dos Municipários de Cachoeirinha. 

O terceiro encontro foi marcado por um importante debate sobre a “Classe trabalhadora, o sindicato na escola” e quem conversou com os educadores(as) foi o Doutorando em Educação pela UFSM, Marcos Corrêa.

No quarto encontro, realizado na última sexta-feira, 13 de setembro, os presentes discutiram sobre a “Organização da Classe Trabalhadora” com a professora e especialista em Gestão e Planejamento Escolar, Valdete Moreira. Durante a abertura do encontro, Valdete, que também é diretora do Departamento de Formação Política e Sindical do CPERS e coordenadora do curso de formação, ressaltou a importância dos encontros em tempos de constantes ataques aos educadores. 

“Neste momento histórico em que estamos sofrendo forte ataque à Educação Pública no país e no estado, assim como a retirada de direitos da classe trabalhadora, propomos uma formação diferenciada, embasada nos movimentos sociais, em pequenos grupos, por escolas, por cidades e calcada no tripé organização, formação e luta”, reforçou Valdete. 

Para o estudante e estagiário do município em escola pública, Micael Douglas Warken, o curso de formação sindical é importante porque a comunidade escolar, tanto professores, como alunos e pais, muitas vezes não sabem o que está acontecendo com o ambiente escolar.

“Hoje em dia, mesmo com tanta informação, muitos ainda tem a preferência de não escutar o que é necessário. Aqui podemos disseminar esses conhecimentos”.

Também no quarto encontro foi abordado o tema “Sindicalismo, marcos e lutas históricas da Educação Pública Estadual”, com o professor de Sociologia do Colégio Estadual Júlio de Castilhos (Julinho), Daniel Damiani. Pós graduado em Trabalho e Sindicalismo pelo DIEESE, Daniel atualmente também integra a Diretoria Estadual do CPERS.

Ana Carla de Oliveira Rodrigues, coordenadora pedagógica e professora pelo Estado há 17 anos, relata que é sócia do Sindicato desde o início de sua carreira.

“Trabalho neste ano de 2019, 60 horas, minha única folga é às sextas- feiras de noite e optei em fazer a formação por entender ser importante e necessário compreender melhor o nosso sindicato e porque gosto de estudar”.

A professora L.S.*, que leciona há 25 anos, acredita que formações como essas deveriam acontecer anualmente,visto que são momentos de discutir e debater o contexto da educação. “Nossas angústias, nosso dia a dia em sala de aula, em cada escola, também são aspectos necessários de serem discutidos, uma vez que, são encontros que remetem a possibilidade de nos fortalecermos em prol da qualidade da educação. Nossa luta pela educação é também reflexão. Lamento que poucos (professores e funcionários) estão engajados nesses momentos. Mesmo assim nossa união deve prevalecer”.

Nas próximas semanas serão realizados os dois últimos encontros da edição de Santa Rosa. O primeiro vai debater a “Previdência e o Magistério Estadual” e o último tratará do tema “Mulheres em tempos de resistência” e “LGBTfobia: como identificar para combater na escola”. O curso é aberto aos filiados do Sindicato, mas em não havendo estes(as), trabalhadores(as) em educação sem vínculo ao sindicato também podem se inscrever.

“Mais do que gerar conhecimento é preciso que a formação seja intencionalidade para cumprir um objetivo prático que possa contribuir para o avanço da classe trabalhadora. Construir parcerias com movimentos populares nunca foi uma temática fácil no nosso sindicato, portanto, acreditamos que estamos dando um grande passo na construção de um novo sindicalismo na base da categoria”, diz Valdete.

*A professora L. S. pediu para não ser identificada. 

Confira o relato do professor Valter Damião Lima, da Esc. Est. Ed. Bas. Cruzeiro, de Santa Rosa, que conta como foi sua experiência no curso de Formação Política e Sindical do CPERS:

Notícias relacionadas