Somos bombardeados diariamente com notícias de intolerância, violência, guerras e consequências do capitalismo, cada vez mais aviltante, seguido por vários países.
Reflexos deste sistema, que domina também nosso país, são governos reféns de políticas macroeconômicas que demoram a diminuir as diferenças sociais e dão margem ao ressurgimento de ideias reacionárias, combinadas com a burguesia internacional e com viés golpista.
Parlamentos propõem que os currículos escolares sejam amordaçados sob a desculpa de que os educadores estão ideologizando as aulas, como se a proibição deste ou daquele autor não fosse também uma ideologização.
Assistimos a proposta de proibição para trabalharmos textos de Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira e outros; bem como a ameaça de prisão aos educadores que utilizarem estes conteúdos. Temos que nos rebelar contra esta lei, precisamos ocupar e fazer valer o espaço democrático que conquistamos para que nos respeitem como profissionais.
A eleição de diretores de escola é outro momento importante da educação e deve ser visto como um espaço de reflexão do tipo de ensino que queremos, do tipo de gestão que defendemos. A comunidade escolar deve participar deste debate, os professores e funcionários devem formar chapas pensando na responsabilidade e no papel social que significa dirigir uma escola. Não cabe ao ambiente escolar a disputa de projetos pessoais, intrigas e vaidades.
A educação precisa de projetos sérios e de profissionais que aceitem o grande desafio de dirigir as escolas de forma democrática. É muito saudável que ocorra o debate, que existam chapas, que os alunos participem e aprendam com os educadores que a democracia é composta destes momentos também.
Nós, educadores, temos a tarefa de ajudar a consolidar a democracia nas escolas com exemplos de nossa cidadania ativa, pois educamos pela fala, mas muito mais que pelos exemplos.
Solange Carvalho | Vice-presidente do CPERS/Sindicato