Abrir um canal de diálogo com as bancadas de diversos partidos, apresentar contrapontos ao discurso oficial e expor as consequências dos projetos de Eduardo Leite para a categoria e a qualidade da educação pública.
Nesta terça-feira (5), representantes da direção central do CPERS e da assessoria jurídica reuniram-se com deputados(as) do PDT para iniciar a agenda com integrantes das legendas de oposição e situação.
“Esse pacote de projetos do Leite vem nos afrontar. Ele está seguindo o mesmo caminho do Sartori. Viemos aqui dizer o quanto isso vai afetar as nossas vidas, os nossos sonhos”, afirmou a diretora do CPERS, Alda Bastos Souza na abertura da reunião.
Alda conta que em 35 anos de magistério nunca viu a categoria ser tão atacada. “Em 35 anos de luta, nunca vi tamanha situação de miserabilidade da categoria. E como se não bastasse vem esse projeto com o objetivo de retirar nossos direitos duramente conquistados.”
“Hoje em dia qualquer R$ 200 fazem a diferença em nosso salário. Eu tenho um marido que me ajuda, se não não sei como seria. Que aula que um professor vai dar se não tem dinheiro para comprar um botijão de gás, para honrar suas contas”, pontuou Alda.
“A única carreira que está sendo discutida nesse pacote de projetos é a do magistério. A mídia mostra que vai mexer em outras carreiras, o que não é verdade”, pondera o Marcelo Fagundes da assessoria jurídica do CPERS, representada pelo escritório Buchabqui e Pinheiro Machado.
Marcelo pontuou os principais pontos que atingem a categoria, entre eles a perda de gratificações (triênios e quinquênios), reajuste zero por tempo indeterminado, fim da incorporação de gratificações para a aposentadoria, aumento da contribuição para a previdência e redução nos adicionais de unidocência.
“O que o governador propõe é retirar das vantagens e gratificações para pagar o piso. E com isso os educadores ficarão anos sem nenhum reajuste. Professores e funcionários de escola vão apenas perder salário e direitos”, explica.
“Estamos propondo um debate. Uma conversa para mostrar os contrapontos destes projetos. Aquilo que já é direito adquirido como é que vai ser retirado? Isso não está certo, é contra lei”, conclui Marcelo.
A secretária-geral do Sindicato, Cândida Rossetto, frisou o achatamento de salários proposto pelo projeto. Atualmente o magistério tem 100% de diferença entre os níveis, e o que o governo propõe é 7%. “A diferença entre os níveis será muito pouca. Um professor que tem doutorado vai ganhar quase que o salário básico. Nós recebemos o completivo, ou seja o que ele está propondo não vai mexer em nada no valor que já é pago”, observou.
“Vamos continuar dialogando. Nos colocamos sempre a favor dos servidores. Somos parceiros pra continuar na luta, e na mesma linha não deixar que retirem direitos adquiridos. O governo tem uma boa parte da bancada, mas isso não quer dizer nada. Temos que esperar os projetos chegarem aqui, na Assembleia para voltarmos a conversar novamente”, reforçou o deputado e 1º vice-líder de bancada, Eduardo Loureiro.
“É uma grande injustiça esses projetos porque retira direitos dos que recebem menos. Assim como a Reforma da Previdência. Temos que voltar a discutir esses projetos, assim que recebermos eles do governador”, declarou o líder partidário da bancada, Gerson Brimann.