Em mais um movimento para pressionar pela ampla vacinação da categoria, representantes da direção do CPERS participaram de uma reunião nesta segunda-feira (12) com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gabriel Souza (MDB), ao lado de dirigentes do Sinpro/RS, da deputada Sofia Cavedon (PT) e de mães e pais de estudantes.
A presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, relembrou a situação grave da categoria neste momento da pandemia.
“Na nossa categoria nós já tivemos mais de cem mortes. A cada dia temos novas notícias de colegas que morreram e de diretores que se infectaram nos plantões, então é uma realidade bastante grave. A volta às escolas vai aumentar a circulação de maneira significativa, muitos necessitam do transportam público e a gente sabe que esses são espaços onde não se tem garantias sanitárias”.
Helenir ainda enfatizou: “A vacinação é uma necessidade para retornarmos as aulas presenciais. Nós queremos voltar, nós queremos estar nas escolas presencialmente, mas para isso precisamos de vacina e segurança para todos”.
O presidente da AL ressaltou que, em vista do encontro do governador Eduardo Leite (PSDB) com o ministro do STF na manhã desta segunda para tentar reverter a liminar que suspende as aulas presenciais, é essencial o processo de aceleração da vacinação dos profissionais da educação para garantir um retorno seguro.
“Estou envolvido no processo e sou parceiro nessa luta. Eu irei pessoalmente a Brasília nos próximos dias e me reunirei com representantes do Ministério da Saúde para reforçar o pedido da Assembleia”.
A deputada Sofia Cavedon fez um pedido para que a AL vote com urgência o PL 22, de autoria da deputada e que propõe que “não poderá ser exigido o exercício da atividade profissional de forma presencial sem que o Estado tenha disponibilizado a vacina” à categoria.
“Já que o governo quer retornar as aulas presenciais, a prioridade deve ser vacinar e buscar a imunização da categoria. Nós queremos retomar as aulas, mas com segurança”.
Cássio Bessa, diretor de Assuntos Jurídicos do Sinpro/RS, destacou a importância de incluir os funcionários(as) das escolas nesse processo, já que em suas falas o governador tem falado somente dos professores(as).
“Não adianta vacinar só o professor, a merendeira, a secretárias, todos temos contato com os alunos. Todos nós queremos voltar para a sala de aula, mas o perigo é muito grande. Nós da rede privada abrimos em fevereiro e vários colegas contraíram o vírus. Se a casa entende que a educação é essencial, deve reconhecer os educadores como tal”.
Durante o encontro, duas professoras da rede privada, Rosimeri Passos Bernardese Rosana Rego e uma mãe, Paula Pinhal, entregaram ao presidente da AL uma carta assinada por mais de 25 mil pessoas, pedindo a prioridade da vacinação aos educadores(as), principalmente, os dos anos iniciais e dos primeiros anos do ensino fundamental, que podem retornar antes dos demais. Confira abaixo a íntegra da carta.
CARTA ABERTA PELA VACINAÇÃO DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO
Conscientes da importância da educação para o futuro do nosso Estado e do papel do funcionamento das escolas na rotina das famílias e dos estudantes, nós, professores da Educação Infantil e séries iniciais do Rio Grande do Sul, das redes estadual, municipal e privada, solicitamos o apoio da população gaúcha para que seja garantida a vacinação imediata dos professores e profissionais que atuam na educação, a exemplo do que já ocorre com outros profissionais de serviços essenciais, da Saúde e Segurança.
A antecipação é necessária não apenas como medida de proteção a quem atua nas escolas, mas às crianças e à sociedade como um todo. Assim, estaremos levando segurança a todos nas escolas e teremos a retomada imediata das aulas em um ambiente mais favorável. Educação é uma atividade essencial. Entendemos que os prejuízos causados pela ausência de aulas presenciais são enormes, sobretudo na Educação Infantil e nos primeiros anos do Ensino Fundamental e principalmente para os estudantes de escolas públicas que não têm as mesmas condições de acesso ao ensino remoto que os estudantes de escolas privadas.
Sabemos ainda que há diversos prejuízos para as famílias, que precisam se desdobrar para dar conta de seus trabalhos, dos cuidados com os filhos e também auxiliar em uma educação formal remota. Consideramos que há profissionais essenciais, como os da área da Saúde, da Segurança Pública e tantos outros, como entregadores e funcionários do comércio essencial, que precisam do auxílio da escola, pois, não podem realizar seu trabalho de forma remota. Estamos diante de um cenário caótico, com recordes de mortes e altos índices de infecção. Precisamos de escolas que retomem suas atividades, seguindo todos os protocolos previstos e que permaneçam abertas com segurança.
Temos os países vizinhos nos mostrando o caminho, como o Uruguai, que colocou os professores no primeiro grupo a ser vacinado, junto ao grupo da área da Saúde. O Chile preparou o retorno às aulas, incluindo na vacinação professores e trabalhadores da Educação num esforço massivo de vacinação no país. No Brasil, apenas três estados anunciaram a vacinação de professores e profissionais da Educação, são eles, São Paulo, Espírito Santo e Paraná entre abril e maio, de acordo com o levantamento feito pelo Conselho Nacional de Secretários da Educação. Portanto, o Rio Grande do Sul deve seguir este exemplo e vacinar imediatamente os profissionais da Educação.
Diante da decisão judicial que torna o ensino na rede pública e privada atividade essencial no Rio Grande do Sul, é importante que o governo estadual priorize e agilize a proteção de profissionais da educação, categoria formada na sua maioria por mulheres com filhos.
Estamos todos juntos na batalha contra a Covid-19, apoiamos as autoridades de saúde e o intenso trabalho da Rede Pública na campanha “Vacina para Todos”, por isso solicitamos ao governador Eduardo Leite que tenha um olhar atento para a Educação, para os professores e para os estudantes do Rio Grande do Sul, bem como para suas famílias.
Entendemos o nosso papel estratégico na sociedade e queremos cumprir nossa missão de ensinar com segurança. Portanto, clamamos o apoio de todos os segmentos da sociedade, na antecipação da vacinação de profissionais da Educação. Cuidar de quem cuida e ensina nossos filhos é obrigação de toda a sociedade. Queremos as escolas abertas com segurança para todos.
Vacina já para os professores e profissionais da Educação!
Entre os signatários estão o CPERS, a ADUFRGS, o Sinpro/RS, a CNTE, entre outras entidades.
Clique aqui e assine a carta pedindo a vacinação dos trabalhadores da educação. Para trabalhar, aprender e educar, é preciso ter saúde!
#VacinaJá!