Conselho Geral debate conjuntura e constrói estratégias para a luta da categoria


Debater, refletir, mobilizar e reorganizar a luta. Nesta sexta (6), o Conselho Geral do CPERS voltou a se reunir pela primeira vez desde o fim da greve histórica de 58 dias.

Em foco, as mudanças na carreira dos educadores(as), o corte dos salários de mais de 27 mil trabalhadores(as) grevistas, as alterações na matriz curricular e as próximas mobilizações, com destaque para os dias 8 (Dia Internacional da Mulher), 14 (Justiça para a Marielle) e 18, data da Greve Geral da Educação convocada pela CNTE.

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“Vivemos um dos momentos mais duros da história desta categoria e os desafios do Sindicato são imensos”, abriu a presidente Helenir Aguiar Schürer. “Eduardo Leite está convicto na sua pretensão de punir os educadores, desconsiderando a recuperação das aulas e a miséria imposta pelo próprio Estado.  O objetivo é um só: nos usar como exemplo para sufocar a resistência e a luta coletiva. Não deixaremos.”

A presidente aludiu à porta aberta para dialogar com os deputados(as) após os eventos que culminaram na votação do pacote do governo. “Vou sim entrar todos os dias na Assembleia Legislativa. E não vou deixar de ir até reverter o corte de ponto e garantir um reajuste para os funcionários de escola. Podem usar o adjetivo que quiserem. Eu vou defender a minha categoria em todos os espaços possíveis”, afirmou.

▶ Na Assembleia, CPERS cobra apoio de líder do governo para reverter corte de salários

Uma das deliberações aprovadas se refere à pressão nas Câmaras de Vereadores para que se posicionem a favor do pagamento dos salários, criando condições políticas para reverter a medida. O CPERS elaborou um modelo de moção a ser protocolada e aprovada nas casas de todo o estado. Clique aqui para baixar.

O tema também deve ser o foco da categoria no dia 18 de março, data da Greve Geral da Educação chamada pela CNTE, com um ato estadual convocado para pressionar os deputados(as) e o Piratini.

Ainda no início do Conselho, a diretora Rosane Zan e as conselheiras do Conselho da Educação (CEEd), Dulce Delan e Lúcia Camini, fizeram uma explanação sobre a nova matriz curricular imposta por Eduardo Leite e as ações conjuntas do CPERS e do CEEd para frear sua implementação.

Em tempo, o dia foi de eleição de representações do Sindicato para o Conselho. A funcionária de escola Dulce foi reconduzida e uma nova conselheira tomará posse, a professora Rosa Mosna.

O Conselho Geral também oportunizou o esclarecimento em detalhes das muitas dúvidas sobre a vida funcional da categoria. Marcelo Fagundes, advogado do escritório Buchabqui e Pinheiro Machado, discutiu com os conselheiros – em apresentação de quase 3 horas – as mudanças acarretadas pelos projetos aprovados em dezembro e janeiro.

Para levar o debate à categoria no chão da escola, a direção organiza em conjunto com os 42 núcleos uma série de plenárias que percorrerá todo o estado a partir do dia 17 deste mês.

▶  Leia a cartilha sobre as mudanças na vida funcional da categoria 

“Nós temos ouvido muitas críticas. Mas a realidade, e isso fica claro para quem estudou os projetos desde o início, é que a luta da categoria e do CPERS amenizou muito os danos do pacote. Eduardo Leite queria acabar com o Plano de Carreira e transformar o piso em teto, retirar tudo. Nós perderíamos tudo, e conseguimos salvar diversas regras”, afirma.

A categoria também ratificou a importância de participar nas atividades regionais nos dias 8 (Dia Internacional da Mulher) e 14 de março (Justiça para Marielle e Anderson). Entre outras deliberações, os educadores(as) aprovaram a contratação de um financiamento para viabilizar a construção da sede do Sindicato em Capão Novo.

Confira as deliberações

1. Articulação e participação em atividades regionais nos dias 8 – Dia Internacional da Mulher – e 14 de março – Justiça para Marielle e Anderson e Defesa da Democracia;
2. Pressão nas Câmaras de Vereadores Municipais que apoiaram a greve contra o atraso/parcelamento salarial e o pacote de Eduardo Leite (PSDB), e também nas defensorias públicas, para pressionar a base do governo pelo pagamento do desconto da greve, que já foi recuperada;
3. Dia 18 de março – Greve Geral da Educação convocada pela CNTE, em defesa da democracia, da educação e do serviço público. Pressão nos deputados pelo pagamento dos dias de greve e ato público estadual;
4. Seminário estadual de educação, tendo como temática “As resistências por um Fundeb permanente, contra a Reforma do Ensino Médio e a imposição da nova matriz curricular no RS”;
5. Plenárias regionais e elaboração de cartilha impressa ou jornal sobre alterações no estatuto e na previdência dos servidores(as) públicos estaduais e no plano de carreira do magistério, entre 17 e 27 de março.
6. Organizar grupos por núcleo para ir às CREs solicitar e cobrar explicações sobre os contracheques
7. Campanha permanente de denúncia e esclarecimento sobre a nova matriz curricular, com elaboração de calendário de mobilização e detalhamento das questões políticas, sindicais e jurídicas

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