Mães, pais e responsáveis pelos estudantes das escolas de Cruz Alta e região afirmam: seus filhos não retornarão às aulas presenciais enquanto não houver segurança. É o que aponta o resultado parcial da pesquisa de opinião do 11º Núcleo do CPERS (Cruz Alta).
O questionamento aos pais, que iniciou em 29 de setembro e deve encerrar no próximo dia 13, tem como objetivo conhecer se as famílias são a favor ou contra a retomada do ensino presencial. Até o momento, 100% das comunidades escolares consultadas afirmaram ser contrárias.
A pesquisa abrange os municípios de Cruz Alta, Tupanciretã, Ibirubá, Fortaleza dos Valos, Jari, Pejuçara, Salto do Jacuí, Quinze de Novembro, Boa Vista do Incra, Boa Vista do Cadeado e Jacuizinho.
O fato da pandemia estar longe de ser controlada, a falta de estrutura, de profissionais e EPIs, bem como a afirmação do secretário da educação, Faisal Karam, de que não será realizada a aplicação de testes são algumas das razões pelas quais a comunidade e os educadores não aceitam o retorno presencial neste momento.
Além de terem que lidar com todo o cenário de insegurança e medo, professores e funcionários de escola sofrem pressão do governo, através da ameaça de demissões e cortes salariais, aumentando o sofrimento e o adoecimento da categoria que, com seus próprios recursos financeiros e tecnológicos, garantiu o ano letivo até o momento.
Pais e mães também estão sendo pressionados a assinarem termos de responsabilidades para isentar as autoridades, caso o pior ocorra com seus filhos e familiares. As ameaças do governo também se estendem a prefeitos dos municípios que são contrários às aulas presenciais durante a pandemia.
Diante deste cenário, a diretora do 11º Núcleo, Mari Andreia Oliveira de Andrade, destaca a importância de dar voz à comunidade escolar.
“Essa pesquisa visa tranquilizar, respaldar legalmente as decisões das escolas e suas comunidades, pois os conselhos escolares, sendo instâncias consultivas, fiscalizadoras, avaliativas e deliberativas, poderão se valer desta consulta à comunidade da escola e deliberar pela continuidade das aulas remotas até o final do ano de 2020, com vistas a salvaguardar as vidas humanas durante a pandemia”, explica.
Os resultados parciais da pesquisa foram divulgados nesta segunda-feira (5), através de reunião on-line, às equipes diretivas, possibilitando que conhecessem o panorama de suas escolas e também da rede.