Em mais uma demonstração de desprezo aos trabalhadores(as) da educação e demais servidores(as) do Estado, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul suspendeu os efeitos da liminar que assegurava a operação do 13º salário para educadores(as) com pendências financeiras ou ações contra o Banrisul.
A decisão foi proferida pelo desembargador Eduardo Kraemer no início da noite deste sábado (19). Kraemer, como os demais servidores(as) do Judiciário, recebe o 13º em dia sem a necessidade de realizar a operação junto ao banco.
Quem já realizou o empréstimo não perderá o crédito. Mas milhares de famílias terão um Natal magro. Liminares concedidas a outros Sindicatos também foram derrubadas antes que muitos servidores(as) conseguissem efetivar a operação, dificultada pelo banco desde a primeira ação favorável.
Em setembro deste ano, o Tribunal já havia cumprido o seu papel de serviçal dos poderosos no absurdo julgamento do corte de ponto da greve, considerado legal apesar das aulas recuperadas.
Trata-se de uma corte desconectada da realidade da classe trabalhadora, que compactua com um governo autoritário e avaliza a espoliação de quem tem menos.
A assessoria jurídica do CPERS recorrerá, mas como em processos anteriores, é possível que a própria demora em julgar o caso seja instrumentalizada para impedir o empréstimo em tempo hábil.
É uma situação vexaminosa; o banco estatal nega empréstimo ao próprio Estado, avalista das operações. Cabe lembrar que parte significativa dos problemas de crédito da categoria deve-se à política de arrocho e descaso do governo.
Enquanto o governo Leite (PSDB) empurra a categoria para o vermelho, o Banrisul registra sucessivos recordes de lucro, obviamente, às custas dos trabalhadores(as).