Coletivo de Gênero e Diversidade do CPERS destaca a importância da unidade e da luta das mulheres


Dezenas de educadoras participaram, na manhã desta sexta-feira(08), Dia Internacional da Mulher, da reunião do Coletivo de Gênero e Diversidade do CPERS. O objetivo foi o de proporcionar uma manhã de reflexão sobre a importância da unidade e da luta das mulheres diante do triste cenário atual, no qual imperam os índices cada vez mais elevados de violência contra a mulher. As consequências da reforma da previdência, proposta pelo governo Bolsonaro, que penaliza de forma mais cruel às mulheres, também pautou o debate.

Ao dar início ao encontro, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, ressaltou que é fundamental que todas estejam atentas ao que ocorre no país. “ Hoje, com a reforma da previdência, a nossa luta é quase como a luta contra a escravidão. E nós, mulheres, seremos as mais prejudicadas. Precisamos nos apropriar de conhecimento, mas não de forma egoísta. Por isso, depois do debate feito aqui, temos que voltar para a escola e começar a construir uma grande muralha de resistência”, conclamou.

O número cada vez mais elevado de violência contra as mulheres foi um dos principais pontos explorados durante a reunião. As agressões, tanto físicas quanto morais, não respeitam idade, nem classe social. No Brasil, a cada dois minutos uma mulher é vítima de violência, a cada 9 minutos uma é estuprada; a cada três dias ocorre um feminicídio e a cada dois dias alguém da população LGBT é assassinado. “A Lei do feminicídio só foi aprovada em 2015. Medidas conservadoras e retrógradas, defendidas pelo governo federal, tendem a piorar esse preocupante cenário. Além disso, a reforma da previdência recai, principalmente, sobre os nossos ombros”, observou a vice-presidente do CPERS e diretora do Departamento de Gênero e Diversidade, Solange Carvalho.

Durante a reunião foram relatadas situações de machismo e violência verificados no âmbito escolar.

“Teve um caso na escola em que trabalho, de uma menina de 11 anos que estava grávida do padrasto. Não consegui ficar quieta diante desta situação. Procurei os órgãos responsáveis e conseguimos auxiliar essa criança. A escola jamais pode ser omissa. Temos um papel importante na construção de uma sociedade digna para homens e mulheres”, relatou a professora Dina Marilu Machado Almeida, do 4º Núcleo do CPERS – Cachoeira do Sul.

“Percebemos a perpetuação do machismo até mesmo em nossos alunos menores. Um deles, de nove anos, batia com freqüência nas meninas. Quando perguntamos onde ele tinha visto atitudes como aquela, ele respondeu que via o pai fazer. Conseguimos intervir, conversando e orientando, e mudamos a atitude dele”, contou funcionária de escola do 33º Núcleo – São Luiz Gonzaga, Cleuza Weber.

“Foi um encontro muito rico em informações e troca de experiências. Nosso objetivo maior hoje foi o de ouvir nossas colegas sobre as demandas que detectam na base da categoria e, a partir disso, avaliar de que forma o departamento pode ajudar. Esta rede de sororidade que formamos juntas, é fundamental”, afirmou Solange.

Em todo o país, estão ocorrendo manifestações, através do movimento 8M – Pela vida das Mulheres Trabalhadoras e contra a reforma da previdência.

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