Após quatro anos, a família da vereadora Marielle Franco e a do motorista Anderson Gomes estão à espera de respostas sobre a motivação e os mandantes do assassinato ocorrido no dia 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro.
A contagem de tempo está no site do Instituto Marielle Franco e também nas redes sociais de pessoas públicas, como a jornalista Eliane Brum e a cartunista Laerte, com o intuito de não deixar que o caso seja esquecido pela Justiça do Rio de Janeiro.
Em 12 de março de 2019 ocorreu a prisão do sargento reformado da Polícia Ronnie Lessa e do ex-PM Élcio Vieira de Queiroz. A denúncia contra eles foi aceita pelo Tribunal de Justiça do Rio naquele mês. Ronnie Lessa foi apontado como o autor dos disparos e Élcio como o condutor do veículo.
O TJ negou o recurso pedido pela defesa dos acusados em fevereiro do ano passado e, com isso, os dois serão submetidos a júri popular. A data ainda não foi definida. Eles negam participação no crime.
Quem mandou matar Marielle?
Ainda não se sabe por que e quem mandou matar Marielle. A força-tarefa do Ministério Público tenta desvendar quem foi o mandante do crime. Em agosto do ano passado, investigações deram conta de uma ligação de Ronnie Lessa com o ex-vereador do Rio, Cristiano Girão.
O parlamentar foi preso preventivamente em 2021, sob a acusação de ter participado com Lessa de um duplo homicídio — supostamente de um miliciano rival e da esposa — praticado em 2014 na zona oeste do Rio. O MP na ocasião pontuou que a prisão não tinha relação com o caso Marielle e Anderson.
Queremos Justiça!
“Mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré”, como se apresentava, Marielle foi eleita a quinta vereadora mais votada da cidade em 2016. Reconhecida pela luta em defesa dos direitos humanos, das mulheres, da população negra, LGBT e das favelas, Marielle também se identificava com pautas ligadas à cidade.
O assassinato da parlamentar em exercício colocou seu nome e, agora, legado, em projeção nacional e internacional. “Marielle Presente” e “Não seremos silenciadas” ecoou pelas ruas de todo o Brasil e continuará até que o caso tenha realmente um final.
O CPERS, através do Departamento de Gênero e Diversidade, exige uma investigação rigorosa para que o assassinato da vereadora não seja mais um caso impune, sem resposta. Marielle não será mais um número na violência contra a mulher.
Seguiremos na luta até que todas as mulheres sejam livres!
Marielle estará sempre viva no coração dos que lutam!
Marielle Franco, presente!
Foto: Bernardo Guerreiro/Veja