Com o intuito de expor a verdade sobre a real situação dos(as) educadores(as) gaúchos(as), a #CaravanaDaVerdade pegou novamente a estrada nesta quarta-feira (16) e esteve em escolas das regiões de Bagé (17º), Estrela (8º) e Lagoa Vermelha (25º).
Ao dialogar com professores(as) e funcionários(as), os dirigentes do CPERS ouviram relatos que sintetizam o sentimento da categoria. “Eu fui enganado. Eu estudei, me preparei, passei em um concurso, eu ambicionei. Eu investi tempo, vida, dinheiro e hoje eu não tenho segurança nenhuma na minha profissão”, desabafou o professor de História, Flávio Antônio Hoffmann, da EEEM Francisco Argenta, em Lagoa Vermelha.
A professora de Português da EEEM Santa Clara, em Santa Clara do Sul, Clemir Marilene de Godoy, compartilha do mesmo sentimento. “Eu tenho a sensação de que todos os meus direitos estão escorrendo pelos meus dedos. Parece que não temos para onde correr, que estamos de mãos atadas. A solução é irmos para as ruas e enfrentar esse governo”, relatou.
Frente à reflexão exposta pelos educadores(as), as direções do sindicato e dos núcleos destacaram a importância de fortalecer a luta da categoria.
“Foi um dia intenso de debates com a categoria. Muito gratificante ver que depois do nosso diálogo com a base, tivemos novas pessoas se associando ao sindicato, pois perceberam a importância da luta e de estarmos juntos neste momento tão desafiador. A categoria está se mobilizando fortemente para participar da nossa Assembleia, no dia da mentira, 1º de abril”, declarou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
Acompanharam as visitas às escolas da região de Bagé, a diretora Sonia Solange Viana e a secretária-geral Suzana Lauermann, além da representante 1/1000, Delcimar Delabary Vieira.
O 2° vice-presidente do CPERS, Edson Garcia, em visita à escola EEEM João de Deus, em Cruzeiro do Sul, destaca a importância da união.
“Temos um governo que mente. Não é à toa que faremos, no dia 1° de abril, Dia da Mentira, uma importante Assembleia Geral. O projeto do governo Leite não é o de valorização da educação pública. Infelizmente, a maior parte do dinheiro público destinado ao ensino está sendo utilizado na iniciativa privada. Precisamos estar unidos e atentos, pois este é um ano eleitoral e, lamentavelmente, a grande mídia parece não estar muito interessada em divulgar aquilo que é de interesse do povo.”
A secretária-geral Suzana Lauermann avaliou como produtivo os diálogos realizados com a base. “Nestas quatro semanas de caravana as conversas com nossos colegas têm sido muito produtivas, com debates e uma forte consciência coletiva sobre os ataques a nossa categoria”, avaliou.
Suzana, que está à frente do Coletivo da Juventude do CPERS, aproveitou para ressaltar a importância dos educadores(as) jovens integrarem o sindicato. “Fizemos conversas observando a relevância de fortalecerem a participação integrando o Coletivo.”
Funcionários de escola são educadores e merecem valorização
A diretora do departamento dos funcionários de escola do CPERS, Sonia Solange Viana, frisou, em todas as escolas visitadas: os funcionários(as) de escola são educadores(as) tanto quanto os professores(as) e precisam ser valorizados.
“Este segmento tão importante da nossa categoria amarga quase oito anos da maior miserabilidade da nossa história, sem reajuste desde novembro de 2014. A verdade é que Leite quer entregar as escolas para a iniciativa privada”, pontuou.
O 2º vice-presidente do CPERS, Edson Garcia e os(as) diretores(as) Juçara Borges, Leonardo Echevarria, Sandra Severo Régio e Vera Lessês visitaram escolas da região de Estrela. Acompanharam o grupo Marcos Dal Cin, representante 1/1000, e Luiz Eitor Finatto, suplente 1/1000 do 8° Núcleo.
As escolas que integram o núcleo de Lagoa Vermelha, receberam os(as) diretores(as) Cássio Ritter, Glaci Weber e Rosane Zan, acompanhados do diretor do núcleo Joarez Antonio Lorenson e das educadoras Lurdes Polito, Irá Ceben e Rita Matos.
16M: Mobilização Nacional em defesa da valorização da categoria
Durante o dia, ocorreram atividades alusivas à Mobilização Nacional pela Educação, chamada pela CNTE.
Para marcar a data, o CPERS realizou, na capital e em alguns núcleos regionais, o “Dia dos contracheques nas praças e coordenadorias”. O objetivo foi o de denunciar as mentiras de Eduardo Leite (PSDB) quanto ao falso reajuste de 32%.
Principais reivindicações:
– Cumprimento do piso do magistério 2022 (R$ 3.845,63 e 1/3 de jornada extraclasse) em todas as redes escolares.
– Regulamentação do piso salarial dos profissionais da educação (art. 206, VIII da Constituição Federal).
– Valorização dos planos de carreira, contratações por concurso público e contra a Terceirização na educação.
– Revogação do “Novo Ensino Médio” excludente e de formação minimalista dos estudantes.
– Contra a Militarização escolar, o homeschooling (educação domiciliar) e a Lei da mordaça (Escola sem Partido).
Escolas visitadas nesta quarta (16):
Região de Estrela (8º)
EEEM Santa Clara (Santa Clara do Sul)
EEEF João Bosch (Lajeado)
EEEM João de Deus (Cruzeiro do Sul)
EEEB Nicolau Mussnich (Estrela)
EEEB Vidal de Negreiros (Estrela)
EEEF Moinhos (Estrela)
CE Presidente Castelo Branco (Lajeado)
EEEB Érico Veríssimo (Lajeado)
EEEF Carlos Fett Filho (Lajeado)
EEEF João Bosco (Lajeado)
EEEF Otilia Correa de Lima (Lajeado)
Região de Bagé (17º)
EEEM Silveira Martins
EEEB Professor Justino Costa Quintana
EEEM Farroupilha
Região de Lagoa Vermelha (25º)
EEEM Francisco Argenta
EEEM Presidente Kennedy
EEEM Araby Augusto Nácul
ETE Agrícula Desidério Dínamo
EEEM Professora Adelaide Picolotto (Ibiaçá)