Aposentados(as) do CPERS são símbolo de resistência em tempos de luta


Os quase 74 anos de história do CPERS foram escritos a muitas mãos. No chão da escola, nas ruas e praças de todo o Rio Grande do Sul, a luta em defesa da educação pública e pela valorização da categoria nunca cessou. Os(as) educadores(as) aposentados(as) foram protagonistas das conquistas do passado, mas devem seguir atentos e mobilizados para os desafios do presente e do futuro.

A avaliação é de Glaci Weber, diretora do Departamento de Aposentados(as) do Sindicato. “Os sinais, no estado e no país, apontam para um novo ciclo de resistência. Mesmo os direitos adquiridos estão sob ameaça. Aqui, o novo governo repete a culpabilização dos trabalhadores(as) em educação pela crise. Um pretexto para alterar o Plano de Carreira, o que põe em risco a paridade“, argumenta.

Os planos de carreira de professores(as) e funcionários(as), a paridade entre ativos e inativos, a gestão democrática nas escolas e até mesmo o 13º salário são direitos que nasceram de mobilizações históricas da categoria. “Nada caiu do céu. Os(as) aposentados(as) de hoje lutaram muito para garantir os direitos que beneficiam a todos, e ainda têm um papel fundamental para barrar retrocessos.“

Em 85, greve de 60 dias da categoria garantiu o direito ao 13º

Da primeira greve, em 79, sob a mira da Ditadura Militar, às grandes mobilizações do século XXI, há uma linha contínua de embates com os mais diversos governos, em defesa da escola pública e da valorização profissional necessária para a construção de uma sociedade melhor.

Entre vitórias, greves, paralisações, acampamentos, negociações e passeatas, as maiores conquistas sempre foram precedidas por um alto grau de organização coletiva e consciência de classe. “É preciso retomar essa unidade se quisermos garantir nossos direitos e fazer justiça à história que erguemos juntos ao longo de inúmeras caminhadas“, defende Glaci.

Aposentados sim, inativos jamais

Os(as) aposentados(as) respondem, hoje, por cerca de 55% dos filiados do CPERS, o segundo maior Sindicato da América Latina, com mais de 80 mil associados(as). Para reafirmar os laços e valorizar a participação do segmento, a entidade proporciona diversos espaços de encontros, debates, cultura e lazer.

Em dezembro último, Bento Gonçalves sediou o 3º Encontro Estadual de Aposentados(as), reunindo centenas de educadores(as) para dialogar sobre a conjuntura política e participar de palestras sobre saúde, qualidade de vida e atividades como o Desafio da Dança. Os encontros são a culminância das etapas regionais, que ocorrem em todas as regiões do estado ao longo do ano.

Quando deixam a escola – um ambiente de intensas relações sociais – para se aposentar, os(as) educadores(as) têm dificuldades de se adaptar à nova realidade. “O Sindicato também tem esse papel: proporcionar oportunidades de reencontro, fruição cultural, socialização e confraternização. Luta melhor quem luta com alegria“, conclui Glaci.

 

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