Unidade na luta: após pressão, governo paga dias recuperados da greve


Após mais de três anos de uma longa espera, professores(as) e funcionários(as) de escola do Rio Grande do Sul, que aderiram à última greve da educação (2019/2020), receberam o que lhes era de direito.

Nesta sexta-feira (11), o governo do Estado pagou os dias recuperados da greve, que durou 58 dias e reivindicava salário em dia, reajuste para toda a categoria, respeito, entre outras pautas.

Nestes anos, o Sindicato nunca fugiu da luta e o tema foi pauta de todas as reuniões, com os mais diversos setores do governo, que por falta de vontade política, resistiram até o momento para a liberação do pagamento. O pagamento foi realizado mediante assinatura de um termo firmado no dia 19 de outubro, entre o CPERS, a PGE e a Seduc.

Com o desconto, quase 30 mil servidores(as) se afundaram em dívidas por uma injusta penalização. Na época, foram necessárias diversas ações para assegurar comida na mesa dessas famílias, como pedágios solidários para arrecadação de cestas básicas.

Para a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, a garantia do pagamento reforça a luta de toda a categoria.

“Depois de mais de três anos de luta e muita pressão, conseguimos finalmente que o governo reconhecesse o nosso direito ao pagamento dos dias da greve. Este é um dia importante, já que a categoria que recuperou essas aulas recebe aquilo lhe é devido e é fundamental também porque o governo está reconhecendo esse direito”.

A presidente também destaca, que alguns casos ainda estão sob análise, mas que TODOS(AS) receberão: “Nós queremos chamar atenção da categoria porque tiveram muitos professores e funcionários que se aposentaram, outros se exoneraram do Estado, e esses também, pelo acordo firmado com o governo, terão direito a este pagamento, não no dia de hoje, porque a Secretaria da Fazenda fará um rastreamento para ver todos os outros casos, mas com certeza receberão”.

Para aqueles que por ventura não identificaram o lançamento do valor ou verificarem valores indevidos, entrar em contato com a Secretaria da Fazenda pelo e-mail: [email protected]. E fique atento às nossas redes para mais informações!

Leia também: Esclarecimentos sobre o pagamento dos dias descontados da greve

O CPERS reitera que o direito à greve é assegurado pela Constituição Federal e afirma que seguirá cerrando fileiras contra qualquer escalada de ataques à educação.

Greve histórica

Deflagrada no dia 18 de novembro de 2019 por salário em dia e a retirada dos projetos de destruição dos serviços públicos, a greve foi a maior das últimas décadas e colocou a educação no centro do debate público.

Mais de 80% da categoria cruzou os braços ao longo do período e cerca de 1.530 escolas fecharam as portas total ou parcialmente, incluindo diversas instituições que aderiram pela primeira vez na história.

Outra característica peculiar foi o amplo apoio social e institucional, registrando atos massivos em todo o Rio Grande do Sul com a presença de pais e estudantes, o suporte de entidades como a Famurs e um total de 299 moções de apoio aprovadas em Câmaras de Vereadores.

A luta continua 

Nas últimas eleições o Rio Grande do Sul teve a oportunidade de uma mudança nos rumos do Estado, mas, novamente, a escolha ficou entre o continuísmo neoliberal e uma radicalização autoritária desse projeto, através de uma liderança bolsonarista.

Com o resultado, o CPERS seguirá ainda mais intensamente sua missão na luta por respeito e valorização para toda a categoria, na defesa intransigente de uma educação pública, laica e de qualidade social e contra o avanço de qualquer iniciativa de retirada de direitos dos servidores(as) e da garantia dos serviços públicos. Seguimos unidos(as) e fortes!

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