Eduardo Leite tem uma escolha a fazer e algumas explicações para dar à sociedade.
Há mais de uma semana, acuado pela força da greve e recorrendo ao arbítrio, anunciou o corte de ponto de educadores(as) que abraçaram o movimento em defesa da escola pública.
Há uma semana aguardamos o julgamento, por parte do Tribunal de Justiça, do mandado de segurança para sustar os efeitos da ordem autoritária e inconstitucional.
Ao longo deste período, com mais de 80% da categoria em greve, o governador ainda não explicou como pretende concluir o calendário letivo caso efetue o desconto da folha.
Nós temos compromisso com a comunidade escolar. Jamais iniciamos uma greve sem prever a necessidade de recuperar aulas. Esta não é uma obrigação legal, é um imperativo moral.
Na figura de chefe do Executivo, Eduardo Leite é a única pessoa que pode evitar o desastre de um ano letivo incompleto para centenas de milhares de estudantes.
Se continuar parcelando salários, não retirar o pacote que destrói qualquer perspectiva de futuro para a educação, e ainda cortar o ponto de educadores(as), estará decretando uma catástrofe educacional.
Reiteramos que o direito à greve é assegurado pela Constituição Federal, em seu artigo 9º, e a Lei nº 7.783/89, bem como decisões do STF e do próprio TJ que dão guarida ao movimento quando da ocorrência de parcelamento dos salários.
A tentativa de desmobilizar a maior greve das últimas décadas e instaurar o medo saiu pela culatra. A categoria respondeu à ameaça cerrando fileiras e massificando o movimento.
Nós vamos até o fim. Este fim, assim como a conclusão do ano letivo, depende do governador.
Esperamos que Eduardo Leite tenha, com o alunado e suas famílias, a responsabilidade que lhe falta com os trabalhadores(as) da rede estadual.
Governador, pague em dia e retire o pacote!
#éGUERRAéGREVE