Às portas da escola Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, educadores(as) e servidores(as) das três esferas protestaram contra a Reforma Administrativa de Bolsonaro, que coloca em risco a própria existência do serviço público no Brasil.
Convocado pela Frente de Servidores Públicos (FSP/RS), a mobilização na manhã desta terça-feira (15) marcou o lançamento de uma campanha conjunta contra o projeto, que ameaça a estabilidade, os concursos públicos, os salários, os direitos e as carreiras de quem presta serviços essenciais à população.
“Estamos marcando o início da luta contra a Reforma Administrativa do governo Federal. Bolsonaro e Leite têm muito em comum. Eles estão unificados pelas propostas de Guedes, pautadas na precarização e desmonte total do serviço público”, asseverou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
A reforma impõe medidas que têm o objetivo de privatizar o Estado, reduzir investimentos, minar políticas de combate à desigualdade e transformar a oferta pública e gratuita de serviços em mercadoria privada.
“É a sociedade que precisa da escola pública, do posto de saúde, do SUS. É essa a luta que estamos fazendo na rua. O fim da estabilidade, o fim do concurso público, não é só ataque aos servidores, é ataque à população”, disse o diretor do Sintrajufe/RS, Zé Oliveira.
Mais uma vez, o governo chantageia os brasileiros dizendo que a reforma é necessária para o Brasil crescer. É o mesmo discurso que foi utilizado para congelar investimentos por 20 anos e acabar com a aposentadoria e as leis trabalhistas.
A aliança entre o governo e a mídia, que depreciam a atuação dos servidores(as) e mentem à população a respeito do peso das carreiras nos gastos públicos, exigirá unidade e perseverança para barrar o projeto.
A luta está só começando. O próximo ato será realizado no dia 30 de setembro, integrando o Dia Nacional de Mobilização contra a Reforma, convocado por centrais sindicais para dizer “NÃO” à destruição do Estado.
Rio Grande do Sul resiste
Com máscaras e respeitando o distanciamento mínimo de 1,5m, o grupo também protestou contra o fechamento da escola Rio Grande do Sul. A instituição foi arrombada pelo governo que, de forma arbitrária, sumiu com documentos dos estudantes e pertences, forçando a sua mudança para a EEEF Leopolda Barnewitz.
A instituição permanece ocupada pela comunidade escolar como ato de resistência à postura autoritária de Eduardo Leite (PSDB).
“Rio Grande do Sul, resiste!”, entoavam os participantes.
Para a professora, escritora e ex-aluna da EEEF Estado do Rio Grande do Sul, Atena Beauvoir Roveda, fechar a instituição é acabar com a história de toda a comunidade.
“São as nossas vidas. É a nossa escola. É a minha história e é a história de tantos outros alunos e alunas. Se ele tira essa história daqui, ele tira uma parte de mim nessa capital”, afirmou