Representatividade e resistência marcam o encerramento do II Encontro Estadual de Funcionários da Escola


O último dia do II Encontro Estadual de Funcionários(as) da Escola, que ocorre desde ontem em Bento Gonçalves, iniciou com a força da apresentação da dança do grupo de aposentadas Dança é Vida – Seja Feliz, de Cachoeira do Sul.

Na sequência, o público acompanhou o painel “A valorização da educação e dos educadores funcionários como condição para o reconhecimento da profissão”, ministrado pelo representante da Secretaria Executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), José Valdivino Moraes.

Como construir uma história, qual o papel da educação na sociedade e a importância da formação foram alguns dos pontos abordados pelo palestrante.

“Temos que avançar na carreira através da formação técnica. O professor tem que ter a formação para fazer o concurso, quem sabe um dia a gente alcance este patamar? Este encontro é muito importante, principalmente neste momento em que o governo tenta incessantemente retirar direitos. Os debates realizados proporcionam o entendimento desta conjuntura e vão além, destacam a importância da organização da luta dos funcionários, criando novas perspectivas e buscando o fortalecimento da resistência”, destacou.

“Nosso trabalho é eminentemente pedagógico, pois vai desde preparar o ambiente escolar até o olhar mais atento aos alunos. Um abraço em um aluno que esteja passando por uma dificuldade faz muita diferença. Os professores, por atenderem um grande grupo ao mesmo tempo, muitas vezes não conseguem ter esse olhar. Ajudamos muito na parte afetiva dos estudantes. Em sala de aula eles são dos professores, em outros ambientes são nossos”, observou.

Após debate sobre a apresentação de Moraes, os advogados Marcelo Fagundes e Rodrigo Seben, da assessoria jurídica do CPERS, representada pelo escritório Buchabqui e Pinheiro Machado, realizou o painel Parecer sobre as Alterações Legislativas.

Fagundes iniciou explicando que não foi aprovado nenhum reajuste ou subsídio aos funcionários porque não estava em discussão na Assembleia Legislativa, no final do ano, o plano de carreira dos funcionários. “Será que é bom discutirmos o plano de carreira dos funcionários com o governo Eduardo Leite?”, indagou.

A partir disso, expôs detalhadamente como a aprovação do pacote do governo interfere na vida dos funcionários e as novas regras para a aposentadoria.

Após a explanação, os advogados esclareceram as dúvidas dos educadores e lembraram que a assessoria jurídica realiza atendimento nos núcleos do CPERS e, nessas ocasiões, é possível avaliar e orientar caso a caso.

“É a educação pública que forma os filhos da classe trabalhadora, por isso é imprescindível que façamos a análise dos projetos dos partidos, o que defendem e votar consciente. Temos uma tarefa muito grande, precisamos dizer não a Eduardo Leite, mostrar nossa força e resistência”, conclamou a diretora do Departamento dos Funcionários de Escola do CPERS, Sônia Solange Viana.

Resistência, respeito e valorização

Cerca de 500 funcionários de escola debateram, durante os dias do evento, as demandas desta importante parcela da categoria ressaltando a importância da valorização, da formação, do reconhecimento como educadores e da permanente luta por seus direitos.

Para Carmen Aguiar, funcionária de escola aposentada, o Encontro oportunizou que os educadores expusessem suas dúvidas e receios, além de receberem orientações importantes. “Pudemos colocar como nos sentimos nas escolas. Muitos colegas se calam por medo. Aqui encontramos, além de estímulo, orientação sobre como nos colocar e nos fazer respeitar”, relatou.

Pela primeira vez participando do Encontro, a funcionária de escola do 29º núcleo (Santiago), Geanine Bolzan Cogo, disse que sai do evento mais fortalecida. “Tivemos uma troca muito rica nestes dois dias. Percebemos que muitas vezes o sufoco que a gente passa na escola é o meso que o colega enfrenta. Foi muito gratificante ver que tudo que falamos no chão da escola foi exposto aqui nos painéis e debates. Todo funcionário de escola deveria participar desta iniciativa”, destacou.

Jucemar Gonçalves da Costa, diretor do 4º núcleo (Cachoeira do Sul) destacou a palestra sobre assédio moral como um dos momentos marcantes do Encontro. “Isso ocorre muito nas escolas. Na hora da palestra percebi a troca de olhares entre colegas, que reconheciam comportamentos que enfrentam no dia a dia e que não sabiam que configuravam como assédio moral. Foi um encontro muito esclarecedor e motivador”, relatou.

No final do encontro, Sônia leu um documento que sintetiza os principais encaminhamentos do evento e que serão encaminhados para as instâncias deliberativas do CPERS.

O encerramento ocorreu com a bela apresentação de dança do grupo Venute D´Itália, composto pelas aposentadas do 12º núcleo (Bento Gonçalves).

“Muito obrigada por este encontro maravilhoso que realizamos. O CPERS é cada um de vocês, juntos sempre seremos mais fortes”, agradeceu Sônia.

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