#ReposiçãoJá: leia o relato de professores(as) e funcionários(as) de escola sobre o descaso do governo Leite com a categoria


Viver com pouco dinheiro, driblar a inflação, deixar de comprar alimentos e remédios, não ter como pagar o aluguel, luz, água e gás. Ter que trocar hábitos rotineiros por não ter mais como mantê-los financeiramente. Essa é a realidade dos funcionários de escola e professores da rede pública estadual do Rio Grande do Sul.

Educadores(as) seguem nas ruas, mobilizados na luta por 47,82% de reposição salarial e denunciando os incessantes ataques de Eduardo Leite (PSDB) aos trabalhadores(as) da educação da ativa e aposentados(as).

Durante o ato do Sindicato realizado na última terça-feira (9), o CPERS entrevistou trabalhadores(as) da educação que enfrentam esta situação desesperadora.

Leia o relato de sete educadores(as) que clamam pela reposição salarial e sonham com dias melhores para a categoria.

Clarisse Kaefer, professora de matemática e física de São Luiz Gonzaga  

“Esses 7 anos têm sido muito complicados, ainda mais para quem tem filhos na escola.  Alimentação, deslocamento, tudo aumentou. O difícil acesso foi praticamente extinto. Quase não conseguimos pagar as nossas despesas básicas. O nosso salário está cada vez menor, mas o trabalho só aumenta. Vivemos uma miséria que é resultado do descaso com a educação pública. Trabalhamos manhã, tarde e noite para atender nossos estudantes e Leite não vê nosso esforço. O governador só retira mais e mais nossos direitos.”

Eduardo Revelante Netto, professor de história e filosofia de São Luiz Gonzaga  

“Nosso salário não supre mais nossas necessidades para sobreviver. Vemos muitos colegas fazendo outras coisas para ter uma renda extra, e não podendo se concentrar na profissão. Muito estão dependendo da ajuda dos familiares e isso é revoltante. Leite é o pior governo, porque além de não valorizar a categoria está destruindo a educação pública. Ele declaradamente é nosso inimigo.”

Eloir Godoy Pinheiro, professora aposentada de educação física de Soledade 

“Os aposentados estão esquecidos nesse governo. Tudo que está acontecendo conosco é uma injustiça. Nós contribuímos uma vida toda e agora voltamos a pagar a previdência. Estamos na miséria. Quanto mais envelhecemos, mais precisamos de dinheiro para comprar remédios e nos mantermos. Temos que cada vez mais ir para as ruas para denunciar para a sociedade o que estamos passando.”

Fernando da Silva Lopes, professor de história e filosofia de Caxias do Sul

“O reajuste salarial é importante pela valorização da educação pública. E passa pela saúde mental de nós professores. Como estaremos bem dando a aula que os nossos alunos merecem se estamos preocupados em como pagar as contas no final do mês? Nós não temos o mínimo para pagar as contas básicas. Nós amamos nossa profissão, mas precisamos de reconhecimento e valorização profissional.”

Nilza de Souza Schebella, orientadora educacional aposentada de Santa Rosa

“Hoje pra nós é imprescindível o reajuste salarial. Vivemos uma época de miserabilidade. Vi o governador falando que tem 110 mil aposentados e por isso não dá reajuste para a categoria, mas ele esquece que esse grupo já pagou a sua aposentadoria e está pagando duplamente agora. Foi nos tirado o direito de viver uma aposentadoria, estamos pagando novamente o que já pagamos para a previdência, e isso é criminoso.”

Joice Netto, professora dos anos iniciais de Porto Alegre 

“Além de nossos salários estarem congelados há 7 anos, ainda temos que conviver com os inúmeros descontos do governo, agora o desconto do vale-transporte. A inflação está cada vez pior, vamos no supermercado e não compramos mais nada, porque o nosso salário não comporta. Tudo sobe e o nosso salário continua estagnado.”

Sônia Terezinha Silva da Silva, funcionária de escola aposentada de Uruguaiana 

“Precisamos urgentemente do nosso reajuste salarial. Já tive que cortar um pouco das despesas na alimentação, sonho com a reforma da minha casa. Mas com o salário que estamos recebendo não tenho como fazer. Nós funcionários e professores temos muito trabalho e pouco dinheiro e isso tem que mudar.”

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