Privatização de escolas é o novo plano de governadores da direita


A próxima sexta-feira (6), sábado (7) e domingo (8) serão os dias que podem definir o rumo da educação pública no Paraná e, eventualmente, em outros estados brasileiros. Nessas datas, o governo paranaense fará o que chama de consulta pública para entregar a gestão de 177 escolas para empresas privadas cujo objetivo será garantir lucro para si e ter controle do futuro da população.

O projeto, chamado de “Parceiro da Escola” pela equipe de marketing do governador Ratinho Junior (PSD), é alvo de questionamentos do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas do Estado, do Ministério Público, de instituições voltadas ao setor e de representações das(os) trabalhadoras(es), como a APP-Sindicato, além de amplos setores da comunidade escolar.

A CUT Paraná está somando à APP-Sindicato na luta contra a privatização das escolas. “Esta é uma das nossas prioridades no momento. Que nossas entidades, nossos militantes, possam estar unidos nesta luta para evitar mais este retrocesso que Ratinho Jr tenta impor à classe trabalhadora. Por este motivo organizamos uma carta aberta à população paranaense assinada por 178 entidades repudiando, de forma veemente, a privatização do ensino público no Paraná”, enfatizou o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Estado, Marcio Kieller.

Ideologia da direita é formar mão de obra barata

Além de garantir o sequestro dos recursos da educação pública, há também um outro motivo para privatizar o ensino. “Não basta apenas vender mais plataformas, cursos, livros e outros produtos e serviços para acessar o dinheiro público. Eles agora entram na escola para dizer o que é preciso ensinar de conteúdo para os filhos da classe trabalhadora, coisa que não fazem nas escolas dos filhos dele, onde se ensina conteúdo, pois precisam ter conhecimento para seguir formulando políticas públicas e continuar governando”, comenta a presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto.

“Já nossos filhos precisam apenas trabalhar para eles. Então desenham como devem pensar. Esta é a outra face cruel que é o empresário dominando a escola para dizer como é que deve ser o futuro trabalhador. Temos aqui [no Paraná] 300 escolas cívico-militares já ensinando alunos a bater continência, não contestar e apenas aceitar o que é colado. Isso é um projeto pensado de como dominar”, destaca Walkiria.

Privatização do ensino em outros estados

Atualmente, além do Paraná e São Paulo, Minas Gerais e o Rio Grande do Sul também passam por processos semelhantes de tentativa de privatização do ensino público estadual. “Para entender o que está acontecendo é preciso entender que é um projeto pensado de como se apropriar do dinheiro público para virar lucro e de como ditar o que é ensinado à classe trabalhadora nas escolas”, completa a presidenta da APP-Sindicato.

O secretário de educação do estado de São Paulo, governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o Renato Feder, que antes ocupou o mesmo cargo no Paraná e defende o projeto privatista do ensino público. A Segunda Presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e deputada estadual, professora Bebel (PT), fez duras críticas ao projeto disse que uma greve dos profissionais da educação não está descartada.

“A defesa da educação pública, sendo dever do Estado, está na Constituição, assim como a gestão democrática da educação está na Lei de Diretrizes de Base (LDB). Essa privatização em escala caminha com outras medidas, que não são isoladas, como as escolas cívico-militares e outras ações como corte de R$ 11 bilhões da educação feito por Tarcísio e aprovado pela Assem Legislativa, de maioria governista. Caso continue nesse caminhar ano que vem vamos precisar lançar uma greve por sabe se lá por quanto tempo porque não dá mais para aguentar esse secretário”, enfatizou a parlamentar.

Fonte: CUT

 

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