Completando 40 anos de luta pela reforma agrária e pelo fim do capitalismo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/RS) realizou seu 20° Encontro Estadual entre os dias 6 e 8 de fevereiro, em Pontão. Na noite desta quarta-feira (7), o 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, e o diretor do Sindicato, Leonardo Echevarria Preto, participaram da ocasião no Ato Político que celebrou a história do MST.
O Movimento tem como cerne uma educação emancipadora, vinculada à vida no Campo, e possui mais de 2 mil escolas públicas dentro de seus acampamentos e assentamentos por todo Brasil. “O exemplo pedagógico e político que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra dá para o conjunto da população brasileira é fundamental”, destaca Alex.
As reivindicações das escolas do Campo, como o aprimoramento da infraestrutura e da manutenção das instituições, o desenvolvimento de políticas de transporte eficientes e a qualificação específica para educadoras(es) que desejam atuar nesta área, são compromissos do CPERS. Importa ao Sindicato, enquanto ferramenta de defesa da educação pública, caminhar ao lado dos processos educativos tocados pelo MST.
“A reforma agrária é sinônimo de justiça social, de desenvolvimento e de soberania. O CPERS e o MST marcham juntos na luta pela democracia e pela reconstrução nacional”, enfatiza o 1º vice-presidente.
Legado de organização coletiva e resistência
Fundado em 1984, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra está organizado em 24 estados do Brasil e é composto por cerca de 450 mil famílias que conquistaram o acesso à terra.
“Celebrar esses quarenta anos é também reafirmar nosso apoio e a necessidade que temos de construir uma unidade entre toda classe trabalhadora para que a gente possa construir um país de direitos, sustentável e fundamentalmente humano”, comemora o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Amarildo Cenci.
O 20º Encontro Estadual do MST aconteceu na Fazenda Annoni – ocupação que marca a história do MST no RS – localizada no município de Pontão. Ali, fica a EEEF 29 de Outubro, uma escola pensada e gerida pelas pedagogias da Alternância e do Movimento, que tornam o educando e as educadoras(es) protagonistas do processo de ensino-aprendizagem.
O CPERS se faz presente no evento por entender a importância da união entre a educação e a terra. Os ataques ininterruptos de Eduardo Leite (PSDB) contra o ensino público, tão denunciados pelo Sindicato, se acentuam ainda mais nas escolas do Campo, que estão com suas políticas públicas estagnadas e resistem diariamente aos insultos e às afrontas da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul.
Foto de capa: Letícia Stasiak